CIÊNCIA E TECNOLOGIA
A importância da titulação para a indústria farmacêutica
Por CIÊNCIA E TEC
Publicado em 11/09/2023 às 10:07
Alterado em 13/09/2023 às 18:19
É possível dizer, de maneira absoluta, que nenhuma indústria existiria sem os estudos científicos. Do carro aos alimentos, passando pelas peças de roupa e remédios, o desenvolvimento de produtos só é possível a partir de estudos científicos, independentemente da área da ciência utilizada para cada um.
Todos os campos da ciência possuem conhecimentos próprios, os quais se desdobram em muitos outros e permitem que cada área avance, buscando a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Isso é especialmente visto nas ciências da saúde, como a medicina, a enfermagem e a farmácia.
No caso da farmácia, o foco é o desenvolvimento de remédios, drogas e fármacos em geral. Por se tratar de uma ciência complexa, os processos e técnicas utilizados são igualmente complicados, mas muito interessantes de serem compreendidos, mesmo por quem não estuda ou trabalha na área.
Uma das técnicas utilizadas nos estudos e desenvolvimentos tecnológicos da indústria farmacêutica é a “titulação”, tema do texto de hoje. Abaixo nós vamos falar sobre o que ela é, qual a sua contribuição para as ciências da saúde e quais são as ferramentas utilizadas para auxiliar em seus resultados.
O que é a titulação?
Como mencionado nos parágrafos introdutórios, a titulação é uma técnica associada à análise química. Na prática, trata-se de um processo que busca descobrir a quantidade de uma substância em uma amostra. O processo também pode ter os nomes “análise volumétrica”, “volumetria” e “titrimetria”.
Na titulação, dois termos principais merecem atenção: “analito” e “titulante”. A primeira se refere à substância cuja quantidade está sendo buscada, e o nome tem conexões com a palavra “análise”. Por conta disso, ela pode ser qualquer substância previamente determinada por quem conduz o estudo.
No caso do “titulante”, estamos nos referindo à substância com a maior concentração dentro da amostra. Naturalmente, a fim de obter os resultados desejados, os dois termos obedecem a regras rígidas associadas com outros processos químicos. E, é claro, as ferramentas usadas também variam.
Embora possamos chamar de “titulação” uma série de técnicas em estudos laboratoriais, é interessante notar que existem diversas maneiras de se realizar um mesmo processo. Ao menos 8 tipos de titulação podem ser mencionados, todos com características distintas e um mesmo objetivo.
Os principais tipos de titulação são: titulação ácido-base (divididas entre fraca e forte para o ácido e a base), titulação amperométrica, titulação de complexação, titulação coulométrica, titulação espectrofotométrica, titulação de oxirredução, titulação potenciométrica e titulação de precipitação.
Como a titulação contribui para a indústria farmacêutica?
Mais do que qualquer outra, a indústria farmacêutica requer resultados extremamente precisos, considerando a complexidade dos organismos e as diversas reações possíveis aos fármacos. Isso é verdade desde muito antes do remédio ser testado em seres humanos, nos estudos laboratoriais.
A análise da pureza é uma das principais situações nas quais a titulação é utilizada. Na farmacologia, a medição da pureza de uma substância é essencial, já que, a partir dos resultados, é possível reduzir ou mesmo eliminar o risco de efeitos colaterais, tornando os efeitos do remédio mais satisfatórios.
Quando comparada com outras técnicas laboratoriais, a titulação se apresenta como uma alternativa mais econômica e versátil, sem que exista a desvantagem de resultados imprecisos. Ou seja: de maneira mais simples (e mais barata) são obtidas informações cruciais para a indústria de fármacos.
É certo dizer que sem a utilização da titulação na indústria farmacêutica, boa parte das drogas, remédios e fármacos disponíveis no mercado a preços acessíveis (ou completamente gratuitos pelo Sistema Único de Saúde) não existiriam, já que os custos para estudos e produção seriam maiores.
Quais são as ferramentas usadas na técnica de titulação?
Como mencionado em um dos tópicos anteriores, existem diferentes tipos de titulação. É natural, então, que existam diferentes ferramentas, de acordo com a técnica utilizada. Em todos os casos, é necessário a presença daquilo que chamamos de “titulador”, o qual automatiza alguns processos.
A partir dos tituladores, é possível não somente automatizar a titulação, como também armazenar, transferir e comparar resultados, o que diminui as possibilidades de erro e agiliza processos. Tudo isso serve ao propósito do controle das pesquisas, um dos pilares de todos os campos das ciências.
Como exemplo, nós podemos mencionar 5 tituladores distintos: Eco Titrator, Titrando, Titulador OMNIS, Ti-Touch e Titrotherm. Algumas distinções entre eles são perceptíveis já pelos nomes, como o “Ti-Touch” sendo um titulador que utiliza tecnologias de touchscreen, comuns nos celulares.
O Eco Titrator, o Titrando, o Titulador OMNIS e o Ti-Touch funcionam a partir da titulação potenciométrica, enquanto o Titrotherm é um titulador termométrico. Em todos os casos, tratam-se de ferramentas acessíveis, o que permite que sejam utilizadas em empresas farmacêuticas menores.
A partir dessa afirmação, é preciso reforçar a ideia de que a automatização dos processos de titulação é algo extremamente positivo para a indústria, permitindo maior segurança e precisão nos resultados. Todos os tituladores mencionados acima funcionam a partir desse princípio de tecnologia moderna.
Como você pode perceber no decorrer do texto, a titulação é uma das técnicas mais importantes para os estudos da área farmacêutica. Mais do que isso, ela ajuda a garantir a segurança na produção de remédios e alimentos, de acordo com parâmetros pré-estabelecidos pelas mais diferentes indústrias.