CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Cientistas revelam que a vida surgiu na Terra muito antes do que se pensava
Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 17/04/2022 às 12:25
Alterado em 17/04/2022 às 12:25

Várias formas de vida existiam na Terra há pelo menos 3,75 bilhões de anos, escreveram cientistas de University College de Londres (UCL, na sigla em inglês), na quarta-feira (13).
A equipe de pesquisadores descobriu vários tipos de vida microbiana dentro de uma peça de rocha, o Cinturão de Rochas Verdes Nuvvuagittuq (NSB, na sigla em inglês), de 3,75-4,28 bilhões de anos em Quebec, Canadá, ou seja, 300 milhões de anos mais cedo do que se acreditava. Os fósseis mais antigos encontrados até agora foram descobertos no oeste da Austrália e foram datados de 3,46 bilhões de anos, apesar de parte da comunidade científica contestar sua denominação como fósseis.
Em particular, foi encontrada uma estrutura maior e mais complexa que as previamente identificadas.
Trata-se de uma "haste com ramos paralelos em um lado que tem quase um centímetro de comprimento, além de centenas de esferas distorcidas, ou elipsoides, ao lado dos tubos e filamentos". A haste deve ter uma origem biológica, e não química, pois até agora não foi encontrada nenhuma estrutura criada através de reações químicas, dizem os cientistas.
Também foi descrita a forma como as bactérias se alimentavam, com os pesquisadores encontrando subprodutos químicos mineralizados na rocha que eram consistentes com micróbios antigos vivendo de ferro, sulfura e possivelmente dióxido de carbono através de uma fotossíntese que não envolve oxigênio.
"Isso significa que a vida pode ter começado apenas 300 milhões de anos após a Terra se formar. Em termos geológicos, isso é rápido – cerca de um giro do Sol em torno da galáxia", concluiu Dominic Papineau, geoquímico de UCL e autor principal do estudo publicado na revista Science Advances.
Além disso, foi sugerida a possibilidade de vida primitiva semelhante existir fora da Terra.
"Nós concluímos assim que tais sistemas microbiais podem existir em outras superfícies planetárias, onde água líquida interagiu com rochas vulcânicas, e que estes microfósseis e dubiofósseis mais antigos aqui relatados do NSB sugerem que a vida extraterrestre pode estar mais difundida do que se pensava anteriormente", resumem os autores da pesquisa. (com agência Sputnik Brasil)