CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Empresa norueguesa assegura que pode 'eliminar' furacões antes que se tornem destrutivos

Mas especialistas ambientais advertem que o sistema de cortina de bolhas proposto pela empresa poderia ela própria provocar efeitos indesejados

Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 17/09/2021 às 12:16

Alterado em 17/09/2021 às 12:16

Homem fotografa forte ondulação no lago Pontchartrain durante aproximação do furacão Ida, Nova Orleans, EUA Foto: AP Photo / Gerald Herbert

A OceanTherm, startup norueguesa, assegura que sua tecnologia pode evitar que as tempestades tropicais se tornem poderosos furacões, e prevenir estragos como os que ocorreram nos últimos anos devido aos fenômenos naturais, informa a Fox4.

Os especialistas da empresa observam que a mudança climática está fazendo com que os furacões sejam cada vez mais violentos, e explicam que uma das razões é que os oceanos, cada vez mais quentes, fazem com que as tempestades ganhem velocidade.

No entanto, eles dizem ter encontrado uma solução, que basicamente consiste em esfriar a água usando uma tecnologia de cortina de bolhas.

Seus pesquisadores determinaram que as temperaturas da superfície do mar, que são aproximadamente de 26 graus centígrados, ajudam a intensificar os sistemas tropicais.

Seu plano envolve a instalação de tubos perfurados que liberam bolhas, empurrando água mais fria do oceano até a superfície e bloqueando, assim, a fonte de energia das tempestades.

[A empresa afirma que a tecnologia de "cortina de espuma" pode combater os grandes furacões.]

O diretor-executivo da OceanTherm, Olav Hollingsaeter revelou que foram as impactantes imagens do furacão Katrina, que em 2005 atingiu o estado de Louisiana, que o inspiraram a buscar uma solução.

Os pesquisadores temem que tempestades mais intensas e frequentes possam seguir ocorrendo caso as temperaturas do mar continuem aumentando.

O projeto está em suas primeiras fases de desenvolvimento, embora a equipe tenha revelado que, recentemente, foi realizada uma simulação com êxito.

O objetivo é ter eventualmente, um sistema suficientemente grande que se estenda ao longo do golfo do México ou Atlântico.

No entanto, o projeto enfrenta diversos desafios, um dos quais é obter o financiamento necessário para a próxima fase de testes, que supera os US$ 17 milhões (R$ 89,3 milhões). Porém, recordam que esse valor é insignificante se comparado com os bilhões de dólares em danos que podem ser provocados por um furacão.

Por sua vez, especialistas advertem sobre as possíveis consequências indesejadas do novo método para o ambiente, caso seja aplicado em grande escala.

"Quando algo muda, há um efeito dominó das coisas que podem ocorrer", advertiu a engenheira ambiental Tracy Fanara. (com agência Sputnik Brasil)