CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Caso mais antigo de peste do mundo é registrado na Sibéria

O caso mais antigo do mundo de infecção humana pela Yersinia pestis foi registrado por uma equipe internacional de cientistas com participação de um pesquisador da Universidade Federal da Sibéria, Rússia

Por Jornal do Brasil
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Publicado em 24/02/2021 às 10:59

Alterado em 24/02/2021 às 11:01

Bactérias Yersinia pestis, causadora da peste bubônica Foto: Laboratórios Rocky Mountain

Em um projeto em grande escala com participação de cientistas suecos, britânicos, turcos e russos, foi estudada a formação de diferentes populações que habitaram o território do lago Baikal e Nordeste da Sibéria, na Rússia, do período Paleolítico até a Idade do Bronze. Os resultados do estudo foram publicados na revista Science Advances.

Ao estudar o genoma de 40 pessoas que viveram entre 16.900 e 550 anos atrás no Nordeste da Ásia, os cientistas encontraram vestígios da bactéria Yersinia pestis – a causa da peste – em restos de duas pessoas que habitaram uma das zonas mais a norte, a área do lago Baikal e do rio Kolyma, durante a Idade de Bronze.

"Em duas amostras existiam claras evidências de infecção por esta bactéria mortal. O caso mais antigo do mundo de infecção pela peste foi confirmado durante a análise da placa bacteriana dos dentes de uma pessoa da região do lago Baikal, cujos restos são datados do quarto milênio a. C. O segundo caso registrado em restos de pessoas da região de Kolyma teve lugar pouco depois. Assim, pode-se presumir que uma pandemia pode ter ocorrido na Sibéria naquele período, mas outras descobertas serão necessárias para estabelecer este fato com precisão", disse Pavel Mandryka, chefe do laboratório de Arqueologia da Sibéria-Ienissei e professor da Universidade Federal da Sibéria.

Outro resultado importante do estudo, de acordo com os pesquisadores, foi a descoberta de novas evidências para a hipótese sobre a colonização dos territórios do Norte da América por pessoas que vieram da Sibéria.

Segundo o estudo genético, existe alta probabilidade de as pessoas que viveram na região da Yakutia há nove mil anos serem antepassados dos povos cujos descendentes hoje habitam os territórios no Norte do Canadá e Rússia, Alasca e Groenlândia. (com agência Sputnik Brasil)

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