CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Egito descobre possível 'cervejaria mais antiga do mundo' de mais de 5 mil anos

A cervejaria foi encontrada em Abidos, no sul do Egito, e segundo os arqueólogos, a bebida era aparentemente usada em rituais de sacrifício.

Por Jornal do Brasil
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Publicado em 14/02/2021 às 11:19

Alterado em 14/02/2021 às 11:23

Os arqueólogos encontraram oito unidades enormes, cada uma de 20 metros de comprimento e 2,5 metros de largura Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito

Neste sábado (13), o Ministério do Turismo e das Antiguidades do Egito divulgou a descoberta do que pode ter sido "a cervejaria em escala industrial mais antiga do mundo" na cidade de Abidos, segundo publicação do The Times of Israel.

A missão arqueológica conjunta egípcia-americana revelou o que se acredita ser a mais antiga cervejaria de alta produção do mundo em Abidos

A missão realizada por arqueólogos egípcios e americanos, incluindo o dr. Matthew Adams, do Instituto de Belas Artes da Universidade de Nova York (EUA) e Deborah Vischak, professora assistente de história da arte egípcia antiga e arqueologia da Universidade de Princeton (EUA).

Os arqueólogos descobriram que a cervejaria data de 3.000 a.C., durante o reinado do rei Narmer, que é amplamente considerado o primeiro governante de um Egito unificado e o fundador da Primeira Dinastia (3150 - 2613 a.C.).

"A fábrica produzia cerca de 22.400 litros de cerveja por vez, e pode ter sido construída neste local especificamente para suprir os rituais reais que aconteciam dentro das instalações funerárias dos reis do Egito", contou Mathew Adams citado pela ABC News.

Os arqueólogos encontraram oito unidades enormes, cada uma de 20 metros de comprimento e 2,5 metros de largura. Cada unidade inclui cerca de 40 bacias de cerâmica em duas fileiras, que foram usadas para aquecer uma mistura de grãos e água para produzir cerveja.

"A cervejaria estava localizada em uma vasta área desértica reservada exclusivamente para uso dos primeiros reis do Egito, incluindo Narmer", disse Deborah Vischak, citada pela mídia.

A professora conta que em Abidos os egípcios estabeleceram a primeira grande necrópole real do país e também construíram templos funerários monumentais, conhecidos como "recintos cúlticos".

Portanto, "a cervejaria pode ter sido construída expressamente para fornecer rituais reais nos recintos, com base em extensas escavações dos monumentos e evidências do uso de cerveja em rituais de oferenda em grande escala", adiciona a professora.

O Egito espera que uma série de descobertas recentes ajudem o país a reviver sua indústria de turismo em dificuldades, que começou a se recuperar nos últimos anos apenas para ser atingida pela pandemia covid-19. (com agência Sputnik Brasil)