CINEMA

CRÍTICA - ‘Deadpool & Wolverine’: um fanfilm divertido

Cotação: três estrelas

Por TOM LEÃO

Publicado em 28/07/2024 às 12:08

Alterado em 28/07/2024 às 12:32

Juntos pela primeira vez, Deadpool e Wolverine entregam um filme divertido Foto: divulgação

O esperado longa que reúne o desbocado Deadpool (feito por Ryan Reynolds, que fez disso um projeto pessoal, o de fazer o personagem secundário se tornar relevante no MCU) e o esquentado Wolverine (Hugh Jackman, nenhum outro ator será um Wolverine/X-Men melhor do que ele) chegou. Além da improvável dupla (tudo é bem explicado no filme, até porque Logan morreu), temos, enfim, o Carcaju das Américas (como era conhecido nos desenhos animados) usando sua roupa colante amarela, como nos quadrinhos.

Mas valeu a pena? Se você é fã dos dois e um nerd aplicado, vai curtir cada minuto. O diretor, Shawn Levy, trabalhou com uma penca de roteiristas (incluindo o próprio Reynolds e gente que já escreveu histórias dos personagens para os quadrinhos), e o filme é quase um compêndio de citações ao universo dos heróis Marvel (não só) que pode deixar os menos entendidos no assunto boiar nas piadinhas e referências por segundo. Chega ao ponto de quase parecer um painel da ComicCon de San Diego.

Enquanto isso, acompanhamos a jornada de Deadpool em tentar se tornar um herói relevante e não apenas um ‘primo pobre’ dos demais; e salvar a Terra, no processo.

Para isso, ele precisará contar com o apoio de Wolverine (e de mais uma galera de responsa, dos quais não citarei nenhum nome, para não estragar o seu prazer na sala escura), que volta num esquema que também não vou entregar. Mas sabemos que a vilã é a irmã do Xavier, a pequena careca Cassandra Nova (Emma Corrin, que veio ao Rio de Janeiro divulgar o filme num fan event, junto com Jackman e Reynolds, além do diretor, Shawn Levy), que mora num submundo que lembra a terra devastada dos filmes Mad Max (eles zoam com isso).

Apesar de ser uma produção com altas expectativas (e ser o primeiro produto derivado de quadrinhos impróprio para menores, desde que a Disney comprou a Fox), o CGI é meio ruinzinho, e algumas cenas de ação deixam a desejar. Mas a química entre Reynolds e Jackman é muito boa, e no fim o filme é uma elegia aos grupos de heróis Marvel que pertenciam à Fox (como os próprios X-Men e o Quarteto Fantástico), que não tiveram a mesma sorte e fama que seus primos, Os Vingadores. Então, ‘Deadpool & Wolverine’ serve como uma espécie de reboot do MCU, nesta nova era Disney, com o intuito de deixar para lá esse lance de multiversos (já cansou) e para zoar o politicamente correto dos tempos atuais. Afinal, é apenas diversão vinda dos quadrinhos, não é um filme do Bergman.

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COTAÇÕES: ***** excelente / **** muito bom / *** bom / ** regular / * ruim / bola preta: péssimo.

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