Thriller fecha a Berlinale celebrando a força da Coreia do Sul nas telas
Representada na disputa oficial pelo Urso de Ouro de 2024 pelo prolífico artesão autoral Hong Sangsoo (na disputa do troféu com “A Traveler’s Needs”), a Coreia do Sul foi o país mais citado no European Film Market, o setor de negócios (entre distribuidores, exibidores, canais de televisão e plataformas de streaming) da Berlinale, na edição de número 74 do evento. A expectativa pela nova temporada de "Round 6" na Netflix e a boa acolhida a thrillers egresssos daquele país, como o recente "Decisão de Partir" (2022), faz da indústria audiovisial sul-coreana um ímã de olhares, sobretudo dos estúdios europeus. Não por acaso, a pátria de "Parasita" (Palma de Ouro de Cannes em 2019 e ganhador de quatro Oscars) vai encerrar a programação de inéditos do Festival de Berlim na noite de sexta (23), com doses fartas de adrenalina. A atração de encerramento vai ser o thriller “The Roundup: Punishment” (“Beom-Joe-do-si 4”).
Essa trama de investigação e tapas na cara, dirigida por Heo Myeong Haeng, é uma sequência de um sucesso mundial de bilheteria, “Força Bruta”, lançado aqui em 2022. Ma Dong-seok, ou Don Lee, o Gilgamesh da aventura “Eternos” (2021), da Marvel, é seu protagonista. Ele vive uma espécie de Dirty Harry da Ásia, mais durão do que o tira encarnado por Clint Eastwood jamais foi. Nesse novo filme, seu personagem, o detetive brucutu Ma Seok-do bate pesado numa quadrilha de jogo ilegal online. Os títulos anteriores dessa cinessérie asiática desafiam as leis da gravidade, num padrão “John Wick” de excelência. É uma forma de Berlim se despedir dos cinéfilos na chave da vertigem, e dar adeus à gestão curatorial atual, encabeçada pela dupla Mariette Rissenbeek e Carlo Chatrian.
Eles assumiram em 2020, propondo a criação de uma nova mostra competitiva (paralela ao Urso de Ouro) chamada Enconters, que o Brasil pode vencer este ano com "Cidade; Campo", de Juliana Rojas. Mariette e Chatrian ampliaram a presença da África no evento e abriram mais espaço para filmes com cara de pipoca, tipo "Spaceman", com Adam Sandler, que estreia no dia 1° no Brasil. Deram espaço contínuo aos longas coreanos, em especial os do já citado Songsoo.