CINEMA

Críticas - Aproveite o Carnaval para pôr os filmes em dia

Além dos ‘filmes do Oscar’, existem vários outros em cartaz que valem a pena, para fugir da folia e pegar um ar condicionado

Por TOM LEÃO
nacovadoleao.blogspot.com.br

Publicado em 09/02/2024 às 10:14

Alterado em 09/02/2024 às 10:14

O filme argentino 'O mal que nos habita' é um terror de primeira Foto: divulgação

‘O mal que nos habita’ (‘Cuando acecha la maldad’) ****

Até em filme de terror os argentinos estão mandando melhor do que nosotros aqui. A trama se passa no interior da Argentina e mostra o despertar de uma força maligna que se manifesta no corpo de um aldeão através de uma doença. Moradores locais tentam se livrar do mal e só ajudam a espalhar o caos e o pânico. Como é calcada em crenças populares, a trama tem alguns pontos de contato com crendices aqui do Brasil. O filme de Demián Rugna tem muitas cenas escabrosas e realmente dá medo. E não poupa nem as crianças.

‘As bestas’ (‘Las bestias’) ***
Esta produção franco-espanhola, dirigida por Rodrigo Sorgoyen, mostra um casal francês que se muda para o interior da Galícia, para cuidar de uma fazendinha de produtos orgânicos. Logo entram em conflito com dois moradores vizinhos, ao votarem contra a instalação de eólicos na região (os locais dizem que iam ganhar um bom dinheiro com isso). A tensão vai aflorando aos poucos entre os estrangeiros e os locais, com xenofobia, atos de sabotagem, até uma inevitável tragédia. Quem disse que gente humilde é boa? Nem sempre...

‘Pobres criaturas’ (‘Poor creatures’) ****
O novo filme de Yorgo Lanthimos (“A favorita”, “O lagosta”) traz de volta o clima surreal que perpassa os filmes do diretor. Aqui ele reinventa o mito de Frankenstein, através de um cientista (Willem Dafoe) que traz de volta à vida uma jovem suicida (Emma Stone) que recebe um cérebro de uma criança. Aos poucos ela vai aprendendo tudo de novo, do zero, e evoluindo como mulher, sem os dogmas e regras da sociedade conservadora e polida. Assim ela experimenta o sexo sem pudores, conhece o mundo e vive sem preconceitos. Para horror de um advogado que pensa em desposá-la (Mark Ruffalo). Não fosse pela parte final algo previsível (poderia ser mais ousado), daria cinco estrelas. Está indicado a 11 Oscars. Eu apostaria no de atriz para Emma Stone. Filme e diretor? Quem sabe…

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COTAÇÕES: ***** excelente / **** muito bom / *** bom / ** regular / * ruim / bola preta: péssimo.