CINEMA
‘Anatomie d’une Chute’, de Justine Triet, ganha a Palma de Ouro
Por MYRNA SILVEIRA BRANDÃO
redacao@jb.com.br
Publicado em 28/05/2023 às 10:34
Alterado em 28/05/2023 às 10:34

A Palma de Ouro foi para o filme “Anatomie d’une Chute”, de Justine Triet. A cineasta francesa recebeu a láurea das mãos da atriz Jane Fonda, convidada de honra do evento.
“É muito bom voltar a Cannes, a última vez que estive aqui foi em 1963”, declarou uma emocionada Jane Fonda.
Triet, por sua vez, também sob grande emoção, chamou os produtores e atores para subirem ao palco. E finalizou dedicando o prêmio aos novos diretores e diretoras e a todos que não podem realizar filmes hoje.
O Grand Prix, segundo troféu mais cobiçado de Cannes, foi para “The Zone of Interest”, de Jonathan Glazer.
O Prêmio do Júri, terceiro em ordem de relevância, foi conquistado por “Fallen Leaves”, de Aki Kaurismaki.
O prêmio de Melhor Direção foi para Tran Anh Hùng, por “The Pot au Feu”.
O prêmio de Melhor Roteiro foi conquistado por Yuji Sakamoto, pelo filme “Monster”, de Kore-Eda Hirokazu
Merve Dizdar ganhou o prêmio de Melhor Atriz pela excelente interpretação no filme “About Dry Grasses”, de Nuri Bilge Ceylan.
Já o Melhor Ator foi o japonês Koji Yakusho, no filme Perfect Days, de Wim Wenders.
A Câmera de Ouro foi para “Inside the Yellow Cocoon Shell”, de Thien An Pham.
A Palma de Ouro de Melhor Curta-Metragem foi para “27”, de Flóra Anna Buda.
Cannes manteve o título de festival mais importante do mundo
Após três anos complicados em face da pandemia da covid-19, esta edição 2023, que comemora 76 anos de celebração do cinema, parece ter voltado ao normal.
Embora o filme de abertura com o drama histórico “Jeanne du Barry”, estrelado por Johnny Depp, não tenha tido a empolgação esperada, durante os 12 dias do festival desfilaram pelas telas títulos de renomados diretores, entre eles, o veterano Marco Bellocchio, de 83 anos, famoso por, entre outros, o clássico “De punhos cerrados” (1965).

Brasil
A representação brasileira teve uma significativa participação em Cannes. Concorreu à Palma de Ouro na Mostra Oficial com “Firebrand”, do cineasta cearense Karim Aïnouz e, como já divulgado, “A flor do buriti”, produzido pela brasileira Renée Nader Messora e pelo português João Salaviza, ganhou o Prix D’ensemble (Prêmio de Melhor Equipe) na mostra “Um Certo Olhar” (Un Certain Regard)
Na estreia de “A flor do buriti”, o filme - que trata da luta pela terra empreendida pela comunidade indígena dos Krahôs - foi ovacionado por mais de 10 minutos.
Os diretores estão de volta ao festival. Em 2018, eles apresentaram, na mesma mostra, o filme “Chuva é cantoria na Aldeia dos Mortos”, e na ocasião ganharam o Prêmio Especial do Júri.
Além dos citados, nossas cores marcaram presença também com a exibição de mais três longas-metragens: “Levante”, de Lillah Hallah, na Semana da Crítica, e os documentários fora de concurso – “Nelson Pereira dos Santos – Uma vida de cinema”, de Aída Marques e Ivelise Ferreira, e “Retratos fantasmas”, de Kleber Mendonça Filho.
E contou ainda com a participação da atriz paulista Carol Duarte no elenco de “La Chimera”, da italiana Alice Rohwacher, que concorreu à Palma nesta edição.