CINEMA

Crítica - ‘Tralala’: um musical nada convencional

Cotação: três estrelas

Por TOM LEÃO
nacovadoleao.blogspot.com.br

Publicado em 12/08/2022 às 11:33

Alterado em 12/08/2022 às 11:37

O sempre cativante Mathieu Amalric, desta vez, está num musical diferente, 'Tralala', no qual faz um homem em busca de respostas para sua vida divulgação

A comédia musical francesa ‘Tralala’, estrelada por Mathieu Amalric (do ótimo ‘Holy motors’, e premiado com o César de Melhor Ator por ‘O escafandro e a borboleta’ e por ‘Reis e rainha’), já está em cartaz. Dirigida pelos irmãos Arnaud e Jean-Marie Larrieu (‘Pintar ou fazer amor’ / ‘21 noites com Pattie’), o filme tem ainda no elenco a veterana Josiane Balasko, e também as belas Maïwenn e Mélanie Thierry. A trama é sobre um homem de 48 anos (Amalric) que tem a sua vida completamente transformada após um encontro inesperado. O longa foi exibido aqui no Festival Varilux de Cinema Francês em 2021.

Numa mistura de realidade e fantasia, ‘Tralala’ acompanha um músico de rua de Paris que vagueia pela cidade livremente, sem nem se importar com a iminente demolição de sua casa. Mas em uma de suas andanças, ele se depara com uma bela e misteriosa jovem (Galatéa Bellugi) que o deixa um único recado: ‘Acima de tudo, não seja você mesmo’. A partir daí, Tralala (como o músico se chama) tem sua vida totalmente modificada e parte numa jornada algo mística, em busca da mulher que o encantou.

Na jornada, Tralala segue uma pista, e vai até à histórica e religiosa cidade de Lourdes, no sudoeste da França, à procura de sua musa (seria ela a Virgem Maria?). Em meio a curiosos encontros e desventuras pelas ruas e restaurantes do local, ele conhece Lili (Josiane Balasko), uma senhora de 60 anos que afirma que ele é seu filho, Pat, desaparecido há 20 anos após ir para os Estados Unidos tentar a vida como músico. Tralala assume este papel, e passa a ter uma nova família, além de precisar lidar com assuntos mal resolvidos de seu passado.

Com canções cantadas pelos próprios atores (algumas de nomes consagrados do pop francês, como Etienne Daho), sequências musicais tocadas ao vivo e performances coreografadas, ‘Tralala’ não é um musical convencional. É até bem ‘esquisito’. E tem momentos mais realistas e contemporâneos gerados pela pandemia do covid-19, visto que quase todos os personagens aparecem diante das câmeras usando máscaras. Mais um filme diferente na carreira de Amalric, sempre um ator que vale a pena conferir. 

 

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COTAÇÕES: ***** excelente / **** muito bom / *** bom / ** regular / * ruim / bola preta: péssimo.

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