No filme, que integrou a Mostra Contemporânea do Festival de Cinema de Outro Preto (MG), onde foi recebido com muitos aplausos, o capitão Krohokrenhum, líder do povo indígena Gavião, conta sua história para as netas. Das guerras de “índio bravo” ao contato com o “homem branco”, da hecatombe do contágio ao fim do mundo Gavião, ele conduz um movimento de reconstrução da memória do seu povo. Finalizado após a partida do capitão, o filme é a devolução póstuma desses registros.

Antes da sessão de “Adeus, capitão”, foi exibido “Katharsys”, um dos destaques desta edição do CineOP, que traz a última participação no cinema do consagrado ator Grande Otelo (1915-1993). Dirigido por Roberto Moura, o filme começou a ser produzido no início da década de 90 e foi finalizado este ano.

O ator Breno Moroni interpreta um cineasta que realiza seus filmes da forma que consegue e os mostra aos espectadores. E, aos trancos e barrancos, vai enfrentando a realidade política e cinematográfica cada vez mais instável do país. No elenco, além de Moroni e Grande Otelo, estão Célia Maracajá, Vera Setta e Sebastião Lemos.

Anteriormente tinha havido uma sessão no Rio, na Cinemateca do MAM, para convidados, mas a primeira exibição pública do filme aconteceu nesta CineOP.

A mostra de Outro Preto, desde sua criação em 2006, é pioneira em enfocar a preservação audiovisual, história e educação, e a tratar o cinema como patrimônio.

Nesta edição, de volta ao formato presencial na tradicional cidade histórica de Minas Gerais, o CineOP destacou a produção audiovisual indígena, apresentou 151 filmes, entre longas, médias e curtas-metragens, e sediou vários encontros para debater políticas públicas e o cinema brasileiro. Além das atividades presenciais, houve também uma programação virtual disponibilizada no site do evento.