Com curadoria do cineasta Silvio Tendler e da professora Tânia Montoro, o Festival de Brasília dá início na próxima terça feira (7) à sua 54ª edição, que será realizada no formato virtual com o tema: “O cinema do futuro e o futuro do cinema”. O encerramento será dia 14.

Em coletiva com a imprensa, Tendler expressou sua expectativa para esta edição: “É uma honra estar novamente na curadoria do Festival de Brasília ao lado de minha amiga Tânia (Montoro), estou certo que teremos um grande evento com ótimos filmes e, como sempre, com uma diversificada programação”, disse o cineasta que, pelo segundo ano consecutivo, está à frente do FBCB.

 

 

Programação abrangente

“Já que Ninguém me Tira para Dançar”, de Ana Maria Magalhães, será o filme de abertura. Realizado a partir de entrevistas de pessoas que conviveram com Leila Diniz (1945-1972), o documentário, além de ser o registro de uma época, resgata a participação na cultura brasileira da consagrada atriz e seu modo libertário de ser e agir que inspirou avanços comportamentais e deixou um legado ainda atual 50 anos após sua partida.

O festival colocará no ar uma maratona de filmes, além de debates, oficinas e encontros destinados ao mercado.

Para a Mostra Competitiva Nacional, foram selecionados 18 títulos (seis longas e doze curtas) vindos de vários Estados, que abordam temas como relacionamento humano, meio ambiente, adaptabilidade e questões políticas.

Os longas escolhidos foram: “Alice dos Anjos”, de Daniel Leite Almeida (BA), musical infanto-juvenil que faz uma releitura para o contexto nordestino do clássico “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll; “Lavra” (MG), de Lucas Bambozzi, narra a luta de uma mulher contra o rompimento da barragem de uma mineradora; “Acaso” (DF), de Luis Jungmann Girafa, traz uma história “on the road”, com foco na estrada W3, de Brasília; “Ela e Eu” (SP), de Gustavo Rosa de Moura, discorre sobre o tema da adaptação a eventos inesperados e raros; “De Onde Viemos, para Onde Vamos” (GO), de Rochane Torres, é um documentário sobre o povo Iny que vive na Ilha do Bananal, em Tocantins; e “Saudade do Futuro” (RJ), de Anna Azevedo, sobre como o fascismo, a colonização e ditaduras transformaram a história de Portugal, Brasil e Cabo Verde.

Na competitiva nacional de curtas, um dos principais destaques é “Ocupagem”, do documentarista Joel Pizzini, uma inusitada abordagem entre cinema e literatura sobre a ocupação de 9 de julho, em SP, do antigo edifício desativado no centro da cidade.

Para a Mostra Brasília, uma das mais cultuadas do evento e que abrirá com “Catadores de História”, de Tânia Quaresma, foram selecionados 12 títulos (quatro longas e oito curtas).

O festival terá ainda um painel celebrando os 50 anos de produção do documentário “O País de São Saruê”, de Vladimir Carvalho, e 22 anos que foi restaurado por Francisco Sérgio Moreira (1959-2016), numa iniciativa do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro (CPCB).

Homenagens

Brasília outorgará um Troféu Especial pelo conjunto da obra à atriz de teatro e cinema Léa Garcia; e prestará um tributo à professora Lucília Marquez e aos atores Luiz Gustavo, Tarcísio Meira, Paulo José, Paulo Gustavo e Lauro Montana.

 

PRINCIPAIS FILMES SELECIONADOS

MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL

– LONGAS

Alice dos Anjos (BA), de Daniel Leite Almeida
Lavra (MG), de Lucas Bambozzi
Acaso (DF), de Luis Jungmann Girafa
Ela e Eu (SP), de Gustavo Rosa de Moura
De Onde viemos, para onde vamos (GO), de Rochane Torres
Saudade do Futuro (RJ), de Anna Azevedo

 

– CURTAS-METRAGENS

Ocupagem (SP), de Joel Pizzini
Terra Nova (AM), de Diego Bauer
Filhos da Periferia (DF), de Arthur Gonzaga
Chão de Fábrica (SP), de Nina Kopko
Deus Me Livre (PR), de Carlos Henrique de Oliveira e Luis Ansorena
Adão, Eva e o Fruto Proibido (PB), de R. B. Lima
Como Respirar Fora D’Água (SP), de Júlia Fávero e Victoria Negreiros
Cantareira(SP), de Rodrigo Ribeyro
Sayonara (SP), de Chris Tex
N.F. Trade (DF), de Thiago Foresti
Era Uma Vez… Uma Princesa (RS), de Lisiane Cohen
Da Boca da Noite à Barra do Dia (PE), de Tiago Delácio

MOSTRA BRASÍLIA

– Filme de Abertura
Catadores de História, de Tânia Quaresma

 

– LONGAS-METRAGENS

Mestre de Cena (DF), de João Inácio
Acaso (DF), de Luis Jungmann Girafa
Noctiluzes (DF), de Jimi Figueiredo e Sérgio Sartório
Advento de Maria (DF), de Vinícius Machado

 

– CURTAS-METRAGENS

Tempo de Derruba (DF), de Gabriela Daldegan
Tinhosa (DF), de Rafael Cardim Bernardes
Filhos da Periferia (DF), de Arthur Gonzaga
Cavalo Marinho (DF), de Gustavo Serrate
Benevolentes (DF), de Thiago Nunes
Ele Tem Saudade (DF), de João Campos
A Casa do Caminho (DF), de Renan Montenegro
Vírus (DF), de Larissa Mauro e Joy Ballard