CINEMA

‘Urubus’ e ‘Clara Sola’ são os grandes vencedores da Mostra São Paulo de cinema

.

Por MYRNA SILVEIRA BRANDÃO
[email protected]

Publicado em 04/11/2021 às 13:38

Alterado em 04/11/2021 às 13:38

Melhor Filme - Wendy Chinchilla Araya em 'Clara Sola' Foto: Esteban Alvarado/divulgação

Na noite dessa quarta feira (3), a Mostra de São Paulo divulgou os premiados de sua edição 2021, que foi realizada em formato presencial e on-line.

A cerimônia teve lugar no Vale do Anhangabaú, com apresentação de Renata de Almeida, diretora da mostra, e o apresentador de TV Serginho Groisman. Após a entrega do Troféu Bandeira Paulista aos vencedores, houve uma sessão especial com “Urubus”.

O prêmio do júri de Melhor Filme foi para “Clara Sola”, de Nathalie Álvarez Mesén (Suécia). A história segue uma mulher que acredita ter uma conexão especial com Deus. “Clara Sola” também levou o prêmio de Melhor Atriz para Wendy Chinchilla Araya.

Por mensagem de vídeo, a diretora agradeceu ao júri e ao público pela recepção ao seu filme, e declarou que estava ansiosa para que ele possa chegar a mais pessoas no Brasil.

O prêmio de Melhor Ator foi para Yuriy Borisov, por “Compartment Nº 6”

 

Macaque in the trees
Gustavo Garcez e Bella Camero em 'Urubus' (Foto: divulgação)

 

O Prêmio do público de Melhor Documentário Brasileiro foi conquistado por “O Melhor Lugar do Mundo É Agora”, de Caco Ciocler .

E o de Melhor Ficção Brasileira foi dado para “Urubus”, de Cláudio Borrelli, que foi ovacionado pelo público. O filme, que questiona o papel da pichação no mundo da arte, também ganhou o prêmio da crítica de Melhor Filme Brasileiro.

O prêmio da crítica de Melhor Filme Internacional foi para “O Compromisso de Hasan”, de Semih Kaplano glu (Turquia).

Para Melhor Documentário Internacional, o público elegeu “Summer of Soul (...ou, “Quando a Revolução Não Pôde Ser Televisionada”), de Ahmir Questlove Thompson (EUA). E para Melhor Ficção Internacional, o escolhido foi “Onoda – 10 mil Noites na Selva”, de Arthur Harari (França).

A Abraccine deu o prêmio de Melhor Filme Brasileiro de Diretor Estreante para “A Felicidade das Coisas”, de Thais Fujinaga (Brasil).

O Prêmio Leon Cakoff foi conquistado por Helena Ignez. Muito emocionada, a atriz dedicou o prêmio à continuidade do cinema e declarou: “Leon era um humanista e eu conhecia bem esse lado dele”.

 

Os vencedores

 

Prêmio do Júri - Melhor Filme
"Clara Sola", de Nathalie Álvarez Mesén
Prêmio do Júri - Melhor Atriz
Wendy Chinchilla Araya, por "Clara Sola"
Prêmio do Júri - Melhor Ator
Yuriy Borisov, por "Compartment Nº 6"
Menção honrosa do júri
"Pequena Palestina, Diário de um Cerco", de Abdallah Al-Khatib
Prêmio do Público - Melhor Documentário Brasileiro
"O Melhor Lugar do Mundo É Agora", de Caco Ciocler
Prêmio do Público - Melhor Filme de Ficção Brasileiro
"Urubus", de Cláudio Borelli
Prêmio do Público - Melhor Documentário Internacional
"Summer of Soul (... ou, Quando a Revolução Não Pôde Ser Televisionada)", de Ahmir "Questlove" Thompson
Prêmio do Público - Melhor Filme de Ficção Internacional
"Onoda - 10 Mil Noites na Selva", de Arthur Harari
Prêmio da Crítica - Melhor Filme Internacional
"O Compromisso de Hasan", de Semih Kaplanoglu
Prêmio da Crítica - Melhor Filme Brasileiro
"Urubus", de Cláudio Borelli
Prêmio da Abraccine - Melhor Filme Brasileiro de Diretor Estreante
"A Felicidade das Coisas", de Thais Fujinagua
Prêmio Projeto Paradiso (apoio ao desenvolvimento de novos filmes)
"Entre Espelhos", de João Braga
Prêmio Brada - Melhor Direção de Arte
Amparo Baeza, por "Clara Sola"

O cinema mundial nas telas de São Paulo

A mostra apresentou uma edição para ficar na história, considerando inclusive o ano atípico e a necessidade de superar muitos obstáculos.

Foram exibidos 256 filmes de 50 países em salas de São Paulo e transmissão virtual pela internet, com algumas limitações. O rígido protocolo foi rigorosamente cumprido (salas restritas a 50% da capacidade, uso de máscaras, distanciamento social e comprovante de vacina para as sessões presenciais).

O melhor do cinema no ano teve lançamento nacional na mostra, a começar por “Bad Luck Banging or Loony Porn”, do romeno Radu Jude, Urso de Ouro em Berlim; e “Titane”, da francesa Julia Docournau, Palma de Ouro em Cannes. Outros títulos de nomes consagrados passaram pelo evento, como “Annette”, do francês Leos Carax; “Ahed Knee”, do israelense Nadav Lapid; e “Introduction”, do sul-coreano Hong Sang-soo.

Alguns filmes indicados ao Oscar por seus países também estiveram na programação. Entre outros, o brasileiro “Deserto Particular”, de Aly Muritiba, o citado “Titane” e Memória, do tailandês Apichatpong Weerasethakul (Prêmio do Júri em Cannes).

Entre os brasileiros, além do filme de Muritiba, vale destacar “Marinheiro das Montanhas”, de Karim Aïnouz, que tinha sido ovacionado em Cannes; e “Madalena”, de Damiano Marcheti, prêmio do público em San Sebastián.

O oportuno documentário “Sars-Cov-2/19 – o Tempo da Pandemia”, de Eduardo Escorel e Lauro Escorel, teve sua pré-estreia mundial com sucesso em concorrida sessão.

O evento realizou ainda vários encontros; um dos mais destacados foi o Fórum, que debateu os impactos da pandemia sobre o audiovisual.

Tags: