CINEMA

Crítica - ‘Free Guy’: ‘Matrix’ para jovens nerds

Cotação: três estrelas

Por TOM LEÃO, [email protected]
nacovadoleao.blogspot.com.br

Publicado em 18/08/2021 às 12:11

Alterado em 18/08/2021 às 12:13

'Free Guy' é pura diversão. O típico blockbuster de verão (americano) que deve fazer boa bilheteria Foto: divulgação

Mais um filme que era para ter sido lançado no ano passado, finalmente, chega aos cinemas: “Free Guy: Assumindo o Controle” (“Free Guy”). Este parece uma espécie de “Matrix” para jovens nerds, passado dentro do mundo de jogos como “GTA” (Grand Theft Auto). Só que sem as elucubrações filosóficas do primeiro. Mas com os absurdos do segundo. É um bocado divertido. E renderia bem em 3D, se os óculos não tivessem sido aposentados pela pandemia. Ficaria ainda mais imersivo.

Na trama, acompanhamos o gente boa Guy (Ryan Reynolds, completamente à vontade no papel), um caixa de bancos, cuja rotina em Free City (uma paródia da Liberty City, de ‘GTA’) é viver de assaltos e cafés. Afinal, ele não passa de um NPC (non playable character, ou personagem não ‘jogável’, figurante de games), que não pode interagir com o jogo. Acontece que Guy não sabe disso. Quando descobre a verdade, sua vida dá uma guinada radical. Meio como acontece com o personagem principal de “O Mundo de Truman” (“The Truman Show”, 1998). Aí ele fica ‘bolado’.

Os gatilhos para Guy saber da verdade são o uso de óculos (como em “Eles Vivem”) e a misteriosa Molotov Girl (Jodie Comer, da série de TV “Killing Eve”). Esta, sim, uma jogadora de verdade. Guy se apaixona por ela e, assim, vai desenvolvendo sua inteligência artificial e aprendendo mais sobre o mundo digital em que vive. Enquanto isso, do lado de cá da tela, no nosso mundo real, Molotov Girl é o avatar de Millie, uma programadora de jogos que, junto com o parceiro Keys (Joe Keerey, de “Stranger Things”), precisa provar que foram roubados pelo patrão da megaempresa de games em que trabalham, o maligno e afetado Antwan (Taika Waititi, diretor de filmes de super-heróis da Marvel, como “Thor: Ragnarok”). Assim, a partir de certo momento, o que acontece no mundo artificial começa a afetar o mundo real. E Guy acabará por ajudar Millie e Keys a alcançarem o seu intento. Se tornando um herói de fato.

Se não vai tão fundo nos temas propostos (afinal, é diversão para todas as idades, tem que ter final feliz, é um filme Fox/Disney), “Free Guy” é pura diversão. O típico blockbuster de verão (americano) que deve fazer boa bilheteria. E o melhor: não deixa link para continuação, quase uma obrigação, atualmente.

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COTAÇÕES: ***** excelente / **** muito bom / *** bom / ** regular / * ruim / bola preta: péssimo.

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