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Parque Madureira recebe jovens da Orquestra de Câmara do Pantanal neste domingo

O concerto contará com trechos de óperas famosas e marca o encerramento das atividades didáticas promovidas pela OSB, junto aos estudantes do programa Vale Música

Por CADERNO B
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Publicado em 09/12/2023 às 21:09

Alterado em 11/12/2023 às 16:16

. Divulgação

Neste domingo (10), 12 jovens da Orquestra de Câmara do Pantanal, projeto do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, de Corumbá, MS, vão integrar a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB). Estudantes de música das cidades de Belém (PA) e Serra (ES) também participarão da apresentação. O concerto começa às 17h, com a promessa de encantar o público com um grande encontro em torno de Bizet, Puccini, Villa-Lobos e outros compositores históricos. A apresentação celebra o encerramento das atividades desenvolvidas entre a OSB e os jovens do programa, que participaram de ações didáticas e artísticas, juntos, ao longo de 2023.

A regência fica a cargo do maestro Renan Cardoso, que conduzirá trechos de óperas famosas, como a abertura de “Carmen”, de Georges Bizet; “O mio babbino caro”, da ópera “Gianni Schicchi”, e “Un bel dì verdremo”, da ópera “Madame Butterfly”, ambas de Giacomo Puccini; a “Melodia Sentimental”, da “Floresta do Amazonas”, de Heitor Villa-Lobos, entre outras. A solista será a soprano Gabriella Pace.

Márcia Rólon fundou o Instituto Moinho Cultural, eleito entre as 100 melhores ONGs do Brasil e a melhor ONG do estado do Mato Grosso do Sul; prêmios foram entregues em cerimônia na noite dessa quinta-feira (7), em São Paulo Divulgação

“Os momentos de intercâmbio com a OSB são indeléveis! Além de recebermos masterclass dos importantes músicos que compõem a orquestra, nós dividimos os naipes com os mesmos e com outros integrantes do Programa Vale Música, é uma linda fusão de profissionais de diferentes regiões do Brasil que fazem com que essa Grande Orquestra se torne única e brilhante", observa Márcia Rolón, diretora e fundadora do Instituto Moinho Cultural, que está no Rio acompanhando cada passo antes da apresentação.

Ao longo de todo o ano, os jovens do Vale Música realizaram atividades como aulas, mentoria artística, residências pedagógicas, workshops, participaram de concertos etc, o que teve como objetivo aprimorar a técnica instrumental dos alunos e oferecer a eles uma vivência orquestral. O concerto e as ações fazem parte do Conexões Musicais, programa de responsabilidade social da Fundação OSB, em atuação desde 2017, que já esteve presente em 30 municípios e impactou diretamente mais de 5.500 alunos. A iniciativa tem como objetivos principais a valorização da cultura local, a transformação social em territórios de vulnerabilidade socioeconômica e a aproximação do público jovem da música de concerto, levando aprimoramento técnico a estudantes de música atendidos por projetos sociais parceiros.

Nesta reta final de 2023, a programação está em ritmo intenso no Moinho. No sábado passado (2), uma apresentação com mais de 500 integrantes prestou homenagem à cantora Tetê Espíndola, no evento Moinho in Concert, quando foi realizado o musical “A menina passarinha”, inspirado no livro de Diane Valdez. Quatro mil pessoas prestigiaram a exibição ao ar livre, na Praça Generoso Ponce.

Movido a trabalho, o Moinho Cultural completa 20 anos de trajetória em 2024. As comemorações já começaram. Sua fundadora, Márcia Rolón, nascida em Corumbá, formada em Educação Física e mestre em Estudos Fronteiriços pela UFMS, recebeu, na noite dessa quinta (7), em São Paulo, dois troféus - um de Melhor ONG do Mato Grosso do Sul, outro de uma das 100 melhores ONGs do Brasil.

Na atualidade, falar de Moinho Cultural é incluir alunos de música, dança, TI, idiomas, trânsitos de brasileiros e bolivianos, trocas de experiência e nova perspectiva de futuro. Mais 23 mil alunos de várias partes do Brasil e até da Bolívia e Paraguai escreveram a história do Moinho até agora. No pacote de novidades, há um livro que contará a trajetória do grupo desde o início, com imagens da fotógrafa Cristina Granato, que documentou o início de atividades do Moinho, e de outros profissionais.

O Instituto começou com 180 alunos em corpos artísticos de música e dança. Hoje, mais de 100 mil beneficiados, direta e indiretamente, entram nas contas das conquistas do Moinho. De bailarina e coreógrafa a gestora, Márcia Rólon foi presidente do Instituto Homem Pantaneiro. A paixão pela dança vem de berço. Márcia é filha da professora de balé Sonia Rolón. “Quando olho para trás, me sinto muito compromissada com todas as realizações. Alegria é pouco, é realização, amor e compromisso por ter conseguido chegar até aqui com o apoio e sonhos de muitos! O Moinho é feito por várias mãos, várias ideias e transformações, temos um slogan que diz: 'Constante transformação'! Se algo não está de acordo, podemos voltar e recomeçar… é assim que conseguimos crescer juntos”, diz.

De olho no futuro, Márcia enxerga ex-alunos, hoje com diploma em suas áreas, muitos músicos e profissionais da dança, por exemplo, construindo um novo Moinho. “Meu sonho é ter nossos ex-participantes comandando tudo e trazendo inovação com sabedoria, sem perder a essência Moinho Cultural. O ano de 2024 chega com muita renovação e força! Todas as vezes que entramos em crise, quando temos que sair do comodismo e ir em busca de novos parceiros, sinto que ganhamos força. São os passos para trás que necessitamos dar por poder saltar mais alto!”, reflete.

Por 19 anos, a Vale foi a patrocinadora integral do instituto. A partir do ano que vem, passa a atuar em formato redimensionado. “Celebramos muito os 19 anos de parceria com a Vale, pois nos ensinaram muito e nos exigiram competência e transparência, com uma excelente gestão e uma vontade enorme de chegar ao grande centro e estar lado a lado de outras grandes organizações, orquestras e cias de dança! Isso nós conquistamos juntos! Agora, temos a expectativa de conquistar um novo mantenedor que nos impulsione verdadeiramente para o mundo”, planeja.

Programa do concerto
GEORGES BIZET – Abertura da ópera Carmen
GIACOMO PUCCINI – O mio babbino caro (da ópera Gianni Schicchi)
FRANZ LEHÁR – Meine Lippen, sie küssen so heiß (da ópera Giuditta)
LORENZO FERNANDEZ – Batuque
GIACOMO PUCCINI – Um bel dì verdremo (da ópera Madame Butterfly)
JOÃO GUILHERME RIPPER – Diga em quantas linhas (da ópera Domitila)
HEITOR VILLA-LOBOS – Melodia Sentimental (Floresta do Amazonas)
PIOTR ILICH TCHAIKOVSKY – Suíte Lago dos Cisnes
GEORGES BIZET – Suíte L’Arlésienne nº 2
IV. Farandole
PIOTR ILICH TCHAIKOVSKY – Marcha Eslava

SERVIÇO: Concerto de Integração Vale Música / Orquestra Sinfônica Brasileira + Alunos do Programa Vale Música / Renan Cardoso, regência / Gabriella Pace, soprano / Data: 10 de dezembro (domingo) / Horário: 17h / Local: Parque Madureira / Grátis. Livre.