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Ópera ‘O vinho encantado’, de Frank Martin, tem estreia nacional no Rio

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Por CADERNO B
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Publicado em 08/12/2022 às 12:35

Alterado em 08/12/2022 às 12:35

É talvez a única ópera em todo repertório em que um grupo de cantores divide-se entre as partes de canto coral e solos, com jovens artistas, em torno de 25 anos, muitos saídos dos quadros da UFRJ. Foto: Leo Aversa/divulgação

Oitenta anos após sua estreia mundial, em Zurique, em 1942, o Brasil finalmente assistirá pela primeira vez a célebre ópera “O vinho encantado” (“Le vin herbé” em tradução livre), do compositor suíço Frank Martin (1890-1974), em única apresentação, gratuita, nesse domingo (11), no Salão Assyrio do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com idealização e direção artística de André Heller-Lopes.

Um Tristão com uma diferença. Assim foi definida esta original ópera que flerta com o oratório e com a associação ao famoso drama de Richard Wagner, “Tristan und Isolde”. Porém, há nesta versão algo mais: o universo das lendas celtas e medievais recontado pela poesia de Joseph Bédier em “Le Roman de Tristan et Iseult”, onde aparecem personagens estranhos à trama wagneriana, como a mãe de Isolda, o Duque Hoel ou ainda uma segunda Isolda, com quem Tristan casa-se para esquecer a outra Isolda.

A lenda da poção mágica que libertou o amor trágico de Tristão e Isolda, na versão de Martin, alcançou fama mundial após sua estréia cênica no Festival de Salzburgo de 1948. Seguiram-se produções em dezenas de grandes teatros mundo afora. Elas garantiram a “Le vin herbé” seu lugar de destaque dentre as obras do nosso tempo. Seu formato mistura as funções de artistas do coro e solistas, colocando-os em contato com a platéia de uma forma poucas vezes explorada nos palcos líricos.

Segundo a Ed Universal, detentora dos direitos da obra, não há igualmente registros de execuções em outros paises da América Latina — o que faria do presente espetáculo a estréia latino-americana de “Le vin herbé”.

Nesta apresentação no Theatro Municipal do Rio de Janeiro os solistas estarão espalhados pela imensidão do fascinante Salão Assyrio e sua arquitetura art nouveau que dialoga perfeitamente com o exotismo da música. Para dar voz e vida ao espetáculo, um elenco de 12 jovens cantores assumem todos os papéis, acompanhados de 7 instrumentistas da Orquestra Sinfônica Brasileira/OSB, numa especial participação, mais o pianista Silas Barbosa.

É talvez a única ópera em todo repertório em que um grupo de cantores divide-se entre as partes de canto coral e solos, com jovens artistas, em torno de 25 anos, muitos saídos dos quadros da UFRJ.

“'O vinho encantado' é uma obra de formato original, transitando entre ópera e oratório: talvez a melhor forma de definir esta obra que transita entre luz e sombra seria chama-la de 'oratório profano'. Nela, os cantores são ora vozes invisíveis que narram a ação e as emoções, ora protagonistas e personagens da célebre história do amor encantado de Isolda e Tristão. A encenação segue, assim, esses caminhos: vozes na escuridão que manipulam fios de luz, e cantores que entram num corredor de luz para defender seus papéis”, adianta André Heller.

A encenção é um projeto contemplado no Edital Municipal em Cena 01-2021 da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Governo do Rio de Janeiro.

 

Ficha técnica

Elenco

Soprano 1/Gabriela Meira

Soprano 2/Isolde (la blonde) Sophia Dornellas

Soprano 3/ Brangaene Cinthia Fortunato

Alto 4/ Isolde aux blanche mains Sarah Salotto

Alto 5/mãe de Isolda Cintia Graton

Alto 6 Andressa Inácio

Tenor 1 Guilherme Moreira

Tenor 2 / Tristan Ricardo Gaio

Tenor 3/ Karhedin João Campelo

Baritono 4/ Rei Marke Paulo Maria

Baixo 5/ Le Duc Hoel Murilo Neves

Baixo 6 Leo Thieze

Piano: Silas Barbosa

 

Participações especial: músicos da Orquestra Sinfônica Brasileira OSB

Direção artística & Idealização: André Heller-Lopes

Direção musical: Priscila Bomfim

Coordenação de produção: Maria Angela Menezes

Produção: Tema Eventos Culturais

 

Serviço:

Ópera: “O Vinho Encantado”, de Frank Martin / Local: Salão Assyrio – Theatro Municipal do Rio de Janeiro / Data: 11 de dezembro de 2022, domingo / Horário: 17h / Classificação: livre para todos os públicos / Retirada de ingressos / Entrada Franca.

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