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‘Medida provisória’, de Lázaro Ramos, é tema de debate no Fórum de Diversidade

Quarta edição do evento, promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos, destacou a causa indígena e contou com a participação do cacique Carlos Doethyrô Tukano

Por MYRNA SILVEIRA BRANDÃO
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Publicado em 30/10/2022 às 11:00

Alterado em 30/10/2022 às 11:00

Cacique Carlos Doethyrô Tukano, presidente do Conselho Estadual dos Direitos Indígenas, e a diretora da ABRH-RJ Fernanda Santoro (direita), que moderou a atividade Foto: Flávio de Oliveira Salgado/divulgação

A diversidade, um dos temas mais presentes no mundo atual, expressa a forma como as empresas se relacionam com a sociedade e consequentemente com os seres humanos.

A assertiva valoriza ainda mais a criação, na Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RJ), do Grupo de Trabalho Diversidade que, além de pregar a conscientização para a importância do assunto, realiza inúmeras ações ao longo do ano, tendo o tema como foco.

Uma delas é o Fórum de Diversidade & Inclusão Corporativa, cuja 4ª edição aconteceu na última quinta feira (27) no auditório da Firjan, com temas palpitantes, apresentação de cases, palestrantes renomados e a presença de um público interessado e participativo.

Em uma das atividades, o evento debateu o filme “Medida provisória”, de Lázaro Ramos, que enviou uma mensagem gravada na qual declarou que a iniciativa lhe deixa muito feliz, entendendo que o trabalho está cumprindo sua função.

Após uma breve exposição sobre o cerne da história, o cineasta concluiu: “Desejo que o filme toque o coração de vocês, é uma pequena contribuição dentro das várias que podem ser feitas no mundo pra gente viver num lugar mais justo e mais afetuoso acima de tudo”, ressaltou Ramos, que teve uma vitoriosa estreia como diretor, já acumulando vários prêmios para “Medida provisória”.

Estiveram nesta edição do Fórum, entre muitos outros, nomes renomados da área como: Eduardo Marcondes (GPTW / Youleader); José Marcos (Deloitte); Lysiane Chaves (Ministério Público); Renato Monteiro (TransGarçonne); cacique Carlos Doethyrô Tukano (Comunidade indígena); Eloi Ferreira, (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR).

Ferreira, que liderou o debate sobre “Medida provisória”, moderado por José Monteiro, diretor da ABRH, falou sobre o filme ficcional de Ramos e a realidade.

O cacique Tukano, por sua vez, enfatizou a importância que a causa indígena tenha sido incluída no evento como um dos pilares da diversidade ao lado do racial, de gênero, o LGBTQIA+ e outros: “Como líder, representante dos povos originários e presidente do Cedind-RJ (Conselho Estadual dos Direitos Indígenas), em contexto urbano, foi muito importante ter participado do evento, levando as nossas necessidades ainda desconhecidas pela sociedade das grandes cidades. Percebi um diálogo aberto e apoio para inclusão social e conscientização sobre os direitos dos indígenas”, reconheceu.

Comentando esta edição, Lucia Madeira, presidente da ABRH-RJ, falou de sua satisfação com a realização e resultados do evento: “O Fórum foi ótimo e superou todas as nossas expectativas”, disse, complementada por Patrícia Pacheco, gerente de RH da Capemisa e coordenadora do GT Diversidade na Associação: “Foi um sucesso, tivemos casa cheia com mais de 300 participantes. Mantivemos pautas importantes como inclusão racial e de pessoas trans, equidade de gênero, e também inovamos com a comunidade indígena e inclusão de egressos. O vídeo do Lázaro Ramos foi um grande prestígio, demonstrando a potência do fórum da ABRH-RJ”, destacou.

Em última análise, a edição 2022 do Fórum comprovou mais uma vez que, embora existam outros agentes importantes no processo, os gestores têm um papel fundamental para enfrentar esse crescente desafio e alavancar a mudança de um quadro ainda adverso para um mundo sem preconceitos e discriminação e com mais justiça, igualdade e priorização da diversidade.