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Documentário sobre Umberto Eco é apresentado em festival de Roma

Obra foca na grande biblioteca mantida pelo escritor e filósofo

Por CADERNO B
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Publicado em 18/10/2022 às 13:13

Alterado em 18/10/2022 às 13:18

O escritor Umberto Eco na sala Carducci, da livraria Zanichelli, em Bolonha; imagem de arquivo datada de fevereiro de 2015 Foto: Ansa/Giorgio Benvenuti

O documentário "Umberto Eco - La biblioteca del mondo", de Davide Ferrario, foi um dos destaques da programação desta semana na Festa do Cinema de Roma ao mostrar detalhes da vida privada do escritor e filósofo italiano.

Eco (1932-2016) possuía uma biblioteca particular com mais de 30 mil títulos contemporâneos e cerca de 1,5 mil obras antigas e raras e o diretor teve acesso ao local graças à colaboração dos familiares.

O longa não descreve apenas o "lugar extraordinário" que era a biblioteca em si, mas busca lançar o sentido de que esse tipo de local é a "memória do mundo" - como o próprio Eco definia a estrutura.

Ao longo do documentário, há a participação de Giuseppe Cederna, Niccolò Ferrero, Paolo Giangrasso, Walter Leonardi, Zoe Tavarelli e Mariella Valentini.

Ferrario conheceu Eco cerca de um ano antes da morte do italiano enquanto o escritor colaborava com ele em uma instalação na Bienal de Arte de Veneza de 2015. Assim como seus colaboradores mais próximos, o diretor destaca que conhecer o italiano foi uma "grande sorte".

"Após a Bienal, foi a primeira vez que vi a sua biblioteca e pedi se poderia gravar uma cena em que ele caminhava em meio aos livros, a mesma que agora uso para abrir o filme. Foram também as imagens que televisões do mundo todo usaram, infelizmente, quando ele morreu um ano depois. De qualquer maneira, elas davam um significado para toda uma vida", afirmou o cineasta.

"A partir dela e do fato que, contrariamente aos seus colaboradores, o encontro não pode se transformar em uma verdadeira frequência de visitas, nasceu este filme, construído dia após dia com a família. Se, para Eco, a biblioteca era uma metáfora do mundo, a sua coleção pessoal não era uma simples coleção de livros, mas a chave para entender as suas ideias e as suas inspirações. E também o local, mesmo depois de sua morte, em que seu espírito está intacto", acrescentou Ferrario. (com agência Ansa)