CADERNOB
Festival do Rio 2021 começa nessa quinta com ‘Madres Paralelas’, de Almodóvar
Por MYRNA SILVEIRA BRANDÃO
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Publicado em 08/12/2021 às 14:12
Alterado em 08/12/2021 às 14:14
O Festival Internacional de Cinema do Rio – que realizará sua 23ª edição em formato presencial de 9 a 19 de dezembro – será palco da primeira exibição no Brasil de “Madres Paralelas”, do celebrado cineasta espanhol Pedro Almodóvar, que abrirá o evento.
Estrelado por Penélope Cruz, musa e parceira do cineasta, o drama segue duas mulheres que se encontram em um quarto de hospital onde vão dar à luz. Ambas são solteiras, engravidaram acidentalmente e, após o vínculo que surge entre elas, suas vidas nunca mais serão as mesmas. “Madres Paralelas” abriu o Festival de Veneza, quando Penélope Cruz conquistou o prêmio de Melhor Atriz.
“A seleção deste ano mostra um cinema brasileiro forte, pleno de reflexão e, apesar das batalhas diárias, pronto para resgatar um lugar junto ao público. Nosso lema este ano é “ganhe duas horas de vida e vá ao cinema ver o mundo”, diz Ilda Santiago, diretora de programação do Festival.
Nas competitivas e paralelas da Première Brasil, principal mostra do evento, estão produções de diretores consagrados e estreantes de todo o país. As competitivas reúnem filmes de ficção e documentários, tanto longas quanto curtas-metragens.
O Festival do Rio realizará o Painel no Encontro do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro (CPCB) – “A Importância da Preservação Fílmica para a História e Memória Cultural” – do qual participarão, entre outros, o consagrado cinematógrafo e Cineasta Walter Carvalho e o documentarista Joel Pizzini.
DESTAQUES
Além do filme de Almodóvar, vale citar alguns destaques na diversificada programação do festival.
Na competição de longas de ficção, entre os mais esperados estão “Medida Provisória”, drama de Lázaro Ramos sobre um Brasil distópico, no qual um governo autoritário ordena a todos os cidadãos de origem africana que se desloquem para a África; e Medusa, de Anita Rocha da Silveira, selecionado para a última edição de Cannes.
Na competição de longas, documentários, é aguardado com muita expectativa “Uma Baía,” de Murilo Salles, filme de formato observacional, que conta com imagens de lugares e ângulos da Baía de Guanabara desconhecidos do público. Em oito capítulos, medita sobre os habitantes da Baía, a porta de entrada dos primeiros navegantes que chegaram ao Rio de Janeiro e um ecossistema vital para o estado. O filme teve première mundial na Mostra Competitiva do DOK Leipsig – o mais antigo e um dos mais importantes festivais de documentários do mundo.
“São investigações sobre o conflito entre vida e história, beleza e espanto no entorno da Baía de Guanabara. Fábulas que querem pulsar aquilo que dá sentido à jornada de cada um de seus personagens. Onde o olhar e a linguagem corporal das pessoas revelam mais do que estatísticas ou textos sociológicos sobre suas naturezas”, resume o diretor.
Na Première Brasil Hors Concours, a competitiva de novas linguagens, os destaques são “Turma da Mônica 2: Lições”, de Daniel Rezende, que traz uma história sobre educação, sentimentos e o valor da amizade; e “Marinheiro das Montanhas”, de Karim Aïnouz, filme memória do cultuado cineasta, que foi ovacionado na última edição de Cannes.
A Première Brasil Especial vai prestar homenagens a filmes clássicos e grandes nomes do nosso cinema. Na mostra, entre outros, serão mostrados “Dona Flor e seus dois Maridos”, de Bruno Barreto, “Chico Mario – a Melodia da Liberdade”, de Silvio Tendler; e Terra Estrangeira, de Walter Salles e Daniela Thomas.
A mostra “O Estado das Coisas” reúne produções que discutem questões contemporâneas de grande relevância, com óticas diversas e inovadoras narrativas. Os destaques ficam por conta do tocante “Saudade do Futuro”, de Anna Azevedo; e do documentário “Segredos do Putumayo”, de Aurélio Michiles, que narra as investigações do ativista irlandês Roger Casement, então Cônsul Britânico no Brasil, sobre a escravização e assassinato de milhares de indígenas que eram forçados a trabalhar na coleta da borracha.
FILMES SELECIONADOS
Première Brasil – competição de Longas Ficção
A Viagem de Pedro, de Laís Bodanzky
Casa Vazia, de Giovani Borba
Cora, de Gustavo Rosa de Moura e Matias Mariani
Medusa, de Anita Rocha da Silveira
Medida Provisória de Lázaro ramos
Meu Tio José, de Ducca Rios
Mundo Novo, de Álvaro Campos
O Pai da Rita, de Joel Zito Araújo
O Livro dos Prazeres, de Marcela Lordy
Sol, de Lô Politi
Première Brasil – competição de longas documentário
BR Trans, de Tatiana Issa e Raphael Alvarez
Cafí, de Lírio Ferreira e Natara Ney
Manguebit, de Jura Capela
O Melhor Lugar do Mundo é Agora, de Caco Ciocler
Rolê – Histórias de Rolezinhos, de Vladimir Seixas
Uma Baía, de Murilo Salles
Première Brasil – Novos Rumos - competição de longas
Barragem, de Eduardo Ades
Diário de Viagem, de Paula Kim
Os Grandes Vulcões, de Fernando Kinas e Thiago B. Mendonça
Os Dragões de Gustavo Spolidoro
Os Primeiros Soldados, de Rodrigo de Oliveira
O dia da Posse, de Allan Ribeiro
Rio Doce, de Fellipe Fernandes
Première Brasil – competição de curtas-metragens
Colmeia, de Maurício Chades (GO)
Da janela vejo o Mundo, de Ana Catarina Lugarini (PR)
Depois quando, de Johnny Massaro (RJ)
Fim do Dia, de Rafael Raposo (RJ)
Jamary, de Begê Muniz (AM)
Masar – Caminhos à Mesa, de Amina Nogueira e Ana Sans (RJ)
Modelo Vídeo, de Leonardo Lacca (PE)
O Nascimento de Helena, de Rodrigo Almeida (RN)
Quando o tempo de lembrar bastou, de Felipe Quadra (RJ)
Solitude, de Tami Martins e Aron Miranda (AP)
Tecido, sigilo de Lucílio Jota (RJ)
Tereza Joséfa de Jesus, de Samuel Costa (RJ)
VIVXS!, de Claudia Schapira, Roberta Estrela D’Alva e Tatiana Lohmann (SP)
Première Brasil Novos Rumos – competição de curtas-metragens
Centelha, de Renato Vallone (RJ)
Chão de Fábrica, de Nina Kopko (SP)
Ibeji Ibeji, de Victor Rodrigues (RJ)
Lina, de Melise Fremiot (RJ)
O Fundo dos Nossos Corações, de Letícia Leão (RJ)
Okofá, de Daniela Caprine, Mariana Bispo, Pedro Henrique Martins,
Rafael Rodrigues e Thamires Case (SP)
Meu Coração já não aguenta mais, de Fabrício Brambatti (SP)
Uma Paciência Selvagem me trouxe até aqui, de Érika Sarmet (RJ)
Première Brasil Hors Concours Longas
Alemão 2, de José Eduardo Belmonte
A Suspeita, de Pedro Peregrino
Capitu e o capítulo, de Júlio Bressane
Eduardo e Mônica, de René Sampaio
Ela e eu, de Gustavo Rosa de Moura
Marinheiro das Montanhas, de Karim Aïnouz
Meu álbum de amores, de Rafael Gomes
O circo voltou, de Paulo Caldas
Papei é Pop, de Caíto Ortiz
Turma da Mônica 2: Lições, de Daniel Rezende
Premiére Brasil Hors Concours Curtas
Ato, de Bárbara Paz
Romance, de Karine Telles
Première Brasil Especial
Dona Flor e seus dois maridos, de Bruno Barreto
Chico Mario – a Melodia da Liberdade, de Silvio Tendler
Já que ninguém me tira para dançar, de Ana Maria Magalhães
Nelson filma o Rio, de Luiz Carlos Lacerda
Tempo Ruy, de Adilson Mendes
Terra Estrangeira, de Walter Salles e Daniela Thomas
Ziraldo – Era uma Vez um Menino..., de Fabrizia Pinto
Première Brasil – O Estado das Coisas
American Thief, de Miguel Silveira
Antígona 442 A.C., de Maurício Farias
Nuhu Um Yõg Hãm, Essa Terra é Nossa, de Isael Maxakali, Sueli
Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero
Saudade do Futuro, de Anna Azevedo
Segredos do Putumayo, de Aurélio Michiles
The Last Election and Other Love Stories, de Miguel Silveira
Você não sabia de mim, de Alan Minas