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"Gosto de abordar temas universais sobre comportamento humano de forma suave e bem humorada", diz diretor de ‘Fourth Grade’

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Por MYRNA SILVEIRA BRANDÃO
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Publicado em 19/08/2021 às 13:05

Alterado em 19/08/2021 às 13:05

Cineasta Marcelo Galvão Foto: Edison Vara/Ag. Pressphoto

“Fourth Grade”, do cineasta brasileiro Marcelo Galvão, terá o status de encerrar a 49ª edição do Festival de Gramado nessa sexta feira (20). A cerimonia de entrega dos prêmios aos vencedores será dia 21.

O novo filme de Galvão é uma comédia dramática que começa quando um tijolo de maconha é encontrado em uma sala de aula da quarta série. Os pais dos alunos fazem uma reunião de emergência para discutir o assunto, mas tudo se torna um caos quando alguns deles concordam em compartilhar um baseado.

À primeira vista, “Fourth Grade” poderia ser entendido como uma continuação de “Quarta B”, realizado em 2005 pelo mesmo diretor, no qual uma professora e um zelador convocam os pais de 15 alunos para uma reunião na escola porque um pacote de maconha foi encontrado em uma das carteiras. Mas, como explica Galvão, “Fourth Grade” é uma adaptação e não um remake do anterior.

O filme – que aborda um tema sério sem ser panfletário e com muito humor – tem um bom elenco formado, entre outros, por Mena Suvari, William Baldwin e Teri Polo.

Numa entrevista exclusiva ao JORNAL DO BRASIL, Galvão revelou o que o levou a fazer o filme, a receptividade que espera dos espectadores e o significado de encerrar o Festival de Gramado.

JORNAL DO BRASIL: Você tem afirmado que “Fourth Grade” não é um remake de “Quarta B”. O que o levou a realizá-lo?

MARCELO: Não vou chamar esse meu novo filme de remake do “Quarta B”, mas sim de uma adaptação, pois tem muita coisa diferente do original. O que me motivou a realizar esse projeto foi uma vontade de começar uma carreira aqui nos EUA parecida com a forma como eu comecei a minha carreira no Brasil, com um filme pequeno em termos de produção, que eu fosse capaz de produzir sozinho com ajuda de amigos/investidores, com um roteiro capaz de prender a atenção dos espectadores durante uma hora e meia em uma única locação e com o foco em direção de ator, que é o que eu mais gosto de fazer.

“Quarta B” teve uma vitoriosa trajetória com exibições nacionais e internacionais. Qual receptividade espera para “Fourth Grade”?

Espero que o “Fourth Grade” tenha uma receptividade parecida com a do original, em termos de criar um grupo de fãs que ajudem a divulgar o filme através do “boca a boca", pois como o original, um filme independente precisa muito desse tipo de ajuda. Já ganhamos vários prêmios com esse filme em cinco festivais, incluindo o Los Angeles Film Festival, então, pelo que tudo indica, eu acho que “Fourth Grade” terá uma carreira promissora.

Da mesma forma que em “Colegas” (sobre a ressignificação da vida diante da deficiência), em “Quarta B” e agora em “Fourth Grade”, você sempre busca tratar temas sérios com humor e leveza. A intenção é colocar um foco maior nas motivações humanas?

Eu gosto de abordar temas universais, sobre comportamento humano, de forma suave, bem-humorada, que desarme a audiência para captar a mensagem.

O que representa voltar a Gramado (onde “Colegas” ganhou o Kikito), e agora encerrar esta 49ª edição tão atípica do Festival?

Tenho um carinho enorme pelo Festival de Gramado, e por isso pra mim é uma grande honra poder fechar um festival dessa magnitude.

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