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Marina Colasanti reflete sobre a importância da leitura e da escrita para resistir à realidade
Por CADERNO B, [email protected]
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Publicado em 26/07/2021 às 12:47
Alterado em 26/07/2021 às 18:13
Marina Colsanti conduz no próximo dia 4/8 a aula inaugural do segundo semestre no Instituto Estação das Letras. O encontro será on-line, gratuito, e as inscrições acontecem pelo Sympla. As vagas são limitadas.
Neste encontro, Marina, uma das mais premiadas escritoras brasileiras, autora de cerca de 50 livros,de diferentes gêneros, publicados no país e no exterior, revela os caminhos que percorre e a importância da leitura para a descoberta de seu próprio estilo. Para ela, a leitura e a escrita são formas de habitar e resistir à realidade cotidiana, além de ferramentas para a formação de todo escritor que deseje expressar o mundo em que vivemos com beleza e verdade.
“Marina é uma escritora e artista completa. Vai falar para um público muito especial de leitores e neoescritores. Ela conhece profundamente seu mètier, pois pratica /escreve em diversos gêneros: das crônicas, passando pelos contos, literatura infantil e juvenil, poemas, e ilustra seus próprios livros. É uma grande ensaísta também. É diante dessa grande personalidade da literatura brasileira que nossos alunos estarão. Sem dúvida será um privilégio e a aula será memorável, uma vez que o IEL trabalha e desenvolve há 26 anos oficinas em todos esses gêneros”, explica Suzana Vargas, diretora do Instituto e curadora das programações do espaço.
Estão previstos para o segundo semestre do ano encontros e cursos de criação literária em gêneros variados; literatura para a infância; experimentação poética, além de escrita, formação em Rodas de Leitura com professores/escritores que são referência nacional em seus segmentos. Entre eles: Assis Brasil, Ninfa Parreiras e João Paulo Vaz. A programação está disponível aqui.
Estação das Letras
A Estação das Letras foi criada em 1996 por Suzana Vargas, escritora, professora de literatura e uma das pioneiras em oficinas literárias, ao trabalhar na OLAC no início dos anos 80 com o professor Afrânio Coutinho. Após o lançamento do projeto Rodas de Leitura, que lotou plateias em centros culturais cariocas entre a década de 90 e 2005, Suzana teve o apoio de amigos/escritores para fundar a Estação, considerada polo irradiador do fazer literário em diversas dimensões - seja com programação de cursos e oficinas ou como produtora de muitos e importantes projetos culturais nacionais e internacionais.
Em 2017, a Estação, que sempre viveu exclusivamente de seus cursos e da vitória da resistência, transformou-se em Instituto Estação das Letras, uma associação civil de direito privado, sem fins lucrativos com o objetivo de continuar e para ampliar ainda suas ações em favor do livro e da leitura.
Mais de 30 mil alunos passaram pela casa: 600 publicaram livros e 10% colecionam prêmios. Quatro mil professores foram capacitados por mentores como Ruy Castro, Marina Colassanti, Cleonice Berardinelli, Ferreira Gullar, Ana Maria Machado, Antônio Carlos Secchin, Frei Betto, Antônio Cícero, Gonçalo M. Tavares, entre outros e 40 mil pessoas participaram de sete mil eventos promovidos pela Estação das Letras e sua equipe nesses anos. Entre eles: as arenas jovens e os espaços da leitura FNDE, pelo Snel e MEC, respectivamente, em bienais do Rio de Janeiro e São Paulo; Mostra Sul da Poesia Latinoamericana do CCBB, no Rio, em São Paulo e Brasília, assim como as vanguardas literárias da mesma instituição; Leitura em Ação, pela Oi Futuro; Estação Pensamento & Arte, da Secretaria Muncipal de Cultura do Rio de Janeiro e Caravana de Escritores (Minc/CBL).
Em sua trajetória, a Estação das Letras inaugurou a profissionalização dos escritores e profissionais da literatura com eventos remunerados numa época em que os escritores apenas recebiam flores por sua participação nos escassos eventos públicos de literatura a os quais eram chamados. No rol de eventos próprios (sem apoio) a Estação lançou desde 1996 as primeiras trocas de livros no país com o Livros na Mesa, programa de trocas de livros que permaneceu em cartaz até 2014, além dos cursos também pioneiros na área de mercado editorial com programas de formação para livreiros, gerenciamento de livrarias, cursos de editoração, copidesque e revisão. Foram muitos e inovadores os serviços prestados pelo espaço ao longo de décadas, comemora Suzana.
ESTAÇÃO HOJE
Com sedes nas ruas do Rosário, do Catete, e pela Almirante Tamandaré, nos bairros Centro, Catete e Flamengo, a Estação fica hoje na Marquês de Abrantes, na Zona Sul. Após ¼ de século, a instituição abriu seus horizontes para as oficinas on-line, em virtude do distanciamento social. As aulas de gêneros e criação, leitura e mercado editorial estão ultrapassando as barreiras físicas.
Desde o ano passado, por conta da pandemia, o IEL entrou na era on-line. “Em 25 anos fomos procurados por lugares do Brasil inteiro pedindo que “abríssemos” em diversas cidades. Mas como não sou exatamente uma empresária, ficava difícil. Hoje percebemos ampliação do público para além das fronteiras municipais e estaduais, inclusive internacional. Aumentamos a oferta de eventos de leitura e reforçamos serviços e propostas que ultrapassam os limites geográficos”, diz Suzana.
A Estação das Letras mantém ainda oficinas de formação em escrita e leitura, rodas de leitura para jovens de 7 a 24 anos de comunidades, além de disponibilizar serviços de avaliação de originais, mentoria, consultoria, curadoria e produção literária e uma grade de eventos mensais fixos: Sextas com Letras, Concertos de Poesia, Janelas Literárias e Recordar Infâncias.