U m homem que grita , de mahamat-salem haroun – prêmio do júri em cannes –, é um filme surpreendente. pequena produção do chade (áfrica), a história narra o sofrimento de adam (youssouf djaoro), um ex-campeão olímpico de natação que, aos 60 anos, vê seu mundo ruir depois que a piscina da qual é zelador é fechada. com a mudança de donos e a consequente redução de pessoal, só o filho consegue conservar seu posto.
Paralelamente, o governo exige uma espécie de esforço de guerra: que cada família mande dinheiro ou envie um filho em idade de combater.
Adam entrega o jovem ao exército.
Ao constatar a consequência do ato, procura pelo garoto no front.
Através de uma pequena grande história familiar, o filme comove pelo relato tocante da desdita daquele pai e sua relação com o filho. o diretor mantém viva a tensão ao longo de todo o relato, complementada por simbologias, ótimos desempenhos dos atores e imagens esplêndidas.
Um homem que grita deve o título ao poeta aimé cesaire, frase que resume a tragédia de um país dividido pela guerra. simples e sem apelos sentimentais, é um filme para emocionar, refletir e guardar na memória.