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Pag. 36 - A vitória da PERSISTÊNCIA

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A té vencer a competição da première brasil do festival do rio com se nada mais der certo (2008), josé eduardo belmonte lutou. e não foi pouco, não. para início de conversa, nunca viu seu instigante longa-metragem sub terrâneos (2003), escolhido para a abertura de uma das edições do festival de brasília, lançado nos cinemas.

– acho que nem verei mais – constata. – o tempo passou.

O excelente meu mundo em perigo (2007), também exibido há alguns anos no festival de brasília, só hoje desembarca em circuito comercial ( leia crítica na página 54 ), juntamente com uma retrospectiva composta pelos cinco curtas e quatro longas de belmonte, em cartaz até o dia 23 no cine glória.

– na época em que fizemos o filme, éramos portadores de uma ingenuidade boa, no que se refere a um limitado senso prático – assume.

O plano inicial era lançá-lo na esteira da consagração de se nada mais der certo . não deu certo.

– não tínhamos dinheiro para o lançamento – revela belmonte, que também assinou a conce pção (2005), centrado num grupo que marca oposição ao sistema, com ecos de os idiotas (1998), de lars von trier.

Em meu mundo em perigo – que conta no elenco com rosane mulholand, eucir de souza e milhem cortaz –, belmonte mergulha num universo que retornaria, de maneira diferente, em se nada mais der certo : o da desestruturação familiar. seus personagens caminham como fraturas expostas rumo à construção de famílias substitutas, provando, algumas vezes, que os laços por afinidade podem se tornar mais sólidos do que os sanguíneos.

– queria perceber, através dos meus filmes, o funcionamento da célula familiar – resume. – tenho a impressão de que a vulnerabilidade da vida é meu grande tema. a diferença é que talvez agora consiga falar sobre isso com mais humor.