POLÍTICA

Lula sobe o tom em entrevista a rádio, e não poupa Moro, Campos Neto, desonerações e PL do aborto

O presidente falou ao vivo à rádio CBN, nesta terça

Por JORNAL DO BRASIL com Revista Fórum
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Publicado em 18/06/2024 às 09:22

Alterado em 18/06/2024 às 12:05

O presidente Lula Foto: Ricardo Stuckert

Plinio Teodoro - Em entrevista à CBN, emissora de rádio do grupo Globo, na manhã desta terça-feira (18), o presidente Luis Inácio Lula da Silva partiu para cima da Globo e do discurso de austeridade fiscal do neoliberalismo, mirando principalmente o presidente do Banco Central, o bolsonarista Roberto Campos Neto, que "tem lado político e trabalha muito mais para prejudicar o país".

"Nós só temos uma coisa desajustada nesse momento: é o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada. O presidente do Banco Central que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar o país, porque não tem explicação a taxa de juros do jeito que está", disse Lula.

A resposta foi dada logo no início da entrevista, quando o apresentador Milton Jung confrontou o presidente com uma fala da ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) de que ele teria ficado "muito mal impressionado com o aumento de subsídios no país".

"Com o que o senhor ficou exatamente impressionado e o que muda na sua visão sobre a economia brasileira a partir do que o senhor viu ontem?", indagou Jung, em consonância com do discurso da família Marinho, que defende austeridade com os pobres e isenção de impostos aos "endinheirados", como definiu o presidente.

Lula sorriu durante a pergunta e partiu para cima dos neoliberais em seguida.

"Eu fiquei impressionado porque normalmente você tem uma guerra histórica entre setores dos meios de comunicação e do mercado sobre a questão da utilização dos recursos do orçamento. E eu tenho uma divergência profunda e até conceitual sobre que é gasto e investimento. E de vez em quando as pessoas jogam a responsabilidade dos gastos nas políticas sociais que você está implantando para resolver a melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro", iniciou o presidente.

"Ora, o que está acontecendo hoje? As mesmas pessoas que falam que tem gastos exagerados - e a gente vai investigar isso, se há gastos extras, se há gente recebendo benefício que não deve, dentro das politicas públicas - são as pessoas que têm R$ 546 bilhões em isenções fiscais. São os ricos que reclamam e se queixam dos investimentos nas pessoas mais pobres", emendou Lula, que prometeu apresentar uma proposta orçamentária ao Congresso nos próximos 22 dias.

"É por isso que digo: não venham me pedir para fazer ajuste em cima das pessoas mais humildes desse país", emendou.

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