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Carla Zambelli e hacker Walter Delgatti são indiciados pela PF por invasão do site do CNJ

Por POLÍTICA JB
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Publicado em 29/02/2024 às 20:14

Alterado em 01/03/2024 às 12:49

Carla Zambelli costumava andar armada para intimidar opositores nas ruas, mas o STF mandou recolher seus trabucos Reprodução de vídeo

A Polícia Federal (PF) indiciou, nesta quinta-feira (29), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, no episódio que envolveu a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em janeiro de 2023.

A investigação encontrou no celular da deputada os documentos falsos inseridos por Delgatti nos sistemas do Judiciário, que argumentou no inquérito que a conduta de Zambelli foi 'incompatível' com o mandato.

Os documentos incluem uma falsa ordem de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, com a assinatura dele próprio, como se ele mesmo tivesse decetado a sua prisão. No celular da deputada foram encontrados também uma ordem de quebra do sigilo bancário de Moraes, gerada no computador de Delgatti, recibos de bloqueio de bens de Moraes, no valor de R$ 22,9 milhões e R$ 500 mil.

Delgatti Neto, conhecido por ter invadido e divulgado informações dos telefones de autoridades envolvidas com a operação Lava Jato, dando origem à "Vaza Jato", foi preso em junho do ano passado. À polícia, ele afirmou ter sido contratado pela deputada federal Carla Zambelli para forjar os documentos.

Ele já havia sido preso outras duas vezes: em 2019, durante a Operação Spoofing, que desarticulou uma organização criminosa que praticava crimes cibernéticos, segundo a PF, e em 2020, quando foi acusado de invasão quando estava proibido de usar a Internet.

Em 10 de agosto de 2022, Zambelli levou Delgatti ao Palácio da Alvorada para um encontro com o então presidente Jair Bolsonaro. Ainda segundo o hacker, o ex-presidente questionou se ele conseguiria invadir urnas eletrônicas, para testar a lisura dos equipamentos.

O relatório da PF que indicia Zabelli será analisado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se denuncia ou não a deputada bolsonarista ao Supremo Tribunal Federal. (com agência Sputnik Brasil)