POLÍTICA
Após ser alvo de operação da PF sobre tentativa de golpe, Bolsonaro chama apoiadores para ato em SP
Por JORNAL DO BRASIL com Agência Estado
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Publicado em 13/02/2024 às 07:29
Iander Porcella - Aliados de Jair Bolsonaro divulgaram nas redes sociais nesta segunda-feira, 12, um vídeo em que ele chama apoiadores para um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, no próximo dia 25. A convocação de militantes bolsonaristas ocorre após o ex-presidente ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga tentativa de golpe de Estado, durante seu governo, para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não assumisse o comando do Palácio do Planalto. Bolsonaro teve o passaporte apreendido.
“Olá, amigos de todo Brasil, em especial de São Paulo, no último domingo de fevereiro, dia 25, às 15h da tarde, estarei na Paulista, realizando um ato pacífico em defesa do nosso Estado Democrático de Direito”, diz Bolsonaro, no vídeo. “Eu peço a todos vocês que compareçam, trajando verde e amarelo e, mais do que isso, não compareçam com qualquer faixa ou cartaz contra quem quer que seja”, emenda o ex-presidente.
Na última quinta-feira, 8, a PF realizou a Operação Tempus Veritatis (hora da verdade, em latim), que investiga suposta organização criminosa responsável por atuar em uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. Bolsonaro foi um dos alvos e precisou entregar seu passaporte, ou seja, o ex-presidente está proibido de deixar o País.
Com autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a operação da PF também mirou em militares próximos a Bolsonaro, como o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022, o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, e o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha.
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres também foi alvo da operação. Foram presos, na ocasião, Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Câmara, coronel do Exército e também ex-assessor, e Rafael Martins de Oliveira, major das Forças Especiais do Exército. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, chegou a ser preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, mas ganhou liberdade provisória. Neste domingo, 11, o coronel Bernardo Romão Correa Neto, que estava nos Estados Unidos, desembarcou em Brasília e também foi detido.
“Nesse evento, eu quero me defender de todas as acusações que têm sido imputadas à minha pessoa nos últimos meses. Mais do que discurso, uma fotografia de todos vocês, porque vocês são as pessoas mais importantes desse evento, para mostrarmos para o Brasil e para o mundo a nossa união, as nossas preocupações, o que nós queremos. Deus, pátria, família e liberdade”, afirma Bolsonaro, em outro trecho do vídeo.
O ex-presidente e seu entorno também são suspeitos de terem vendido nos EUA joias e outros presentes que pertenciam à União, de terem atuado na falsificação do cartão de vacina de Bolsonaro e de terem montado um esquema de espionagem ilegal de adversários políticos por meio de uma Abin paralela, em referência à Agência Brasileira de Inteligência.