Planalto confirma André Fufuca e Silvio Costa Filho nos ministérios do Esporte e Portos e Aeroportos

Filiados ao PP e ao Republicanos, dois partidos do Centrão, novos ministros foram escolhidos para tentar melhorar a relação do governo com o Congresso

Por GABRIEL MANSUR

Os ministros André Fufuca (Esportes), André Padilha (Relações Institucionais) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos)

Para ampliar a base de apoio no Congresso, em especial na Câmara dos Deputados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializou, nesta quarta-feira (6), a tão esperada reforma ministerial. Além da saída de Ana Moser, comunicada nesta terça-feira (5), o chefe do Executivo ampliou de 37 para 38 o número de ministérios. Portanto, remanejou Márcio França, antes titular de Portos e Aeroportos, para a recém-criada pasta das Micro e Pequenas Empresas.

Dentro do remanejamento, Lula formalizou o convite aos deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) para assumirem os ministérios do Esporte e dos Portos e Aeroportos, respectivamente.

A decisão foi anunciada após um dia de reuniões no Palácio da Alvorada. Na residência oficial da Presidência da República, Lula recebeu os futuros ministros, os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil), além de Ana Moser, que não teve o destino informado. Veja as mudanças abaixo:

  • Ministério de Portos e Aeroportos: sai Márcio França (PSB), entra Silvio Costa Filho;
  • Ministério das Micro e Pequenas Empresas: criado para abrigar França;
  • Ministério da Indústria e Comércio: segue comandado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), mas sem as áreas de micro e pequena empresa;
  • Ministério do Esporte: sai Ana Moser (sem partido), entra André Fufuca em uma versão da pasta que deve ser turbinada.

As negociações vinham ocorrendo há meses e marcam a entrada dos partidos Republicanos e Progressista (PP) -, este último tendo como principal expoente o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) - no primeiro escalão do governo. Republicanos e PP estão entre as maiores bancadas  na Casa Baixa, onde o governo busca consolidar uma base de apoio para aprovação de projetos.

As novas mudanças representam a quarta troca ministerial promovida por Lula em seu atual mandato, em menos de um ano. Em julho, ele já havia anunciado a troca no Ministério do Turismo, com a saída de Daniela Carneiro (União Brasil-RJ) e a indicação de Celso Sabino (União Brasil-PA), que tomou posse há cerca de um mês. A medida havia sido uma exigência da cúpula nacional do União Brasil para se manter na base do governo, após divergências internas com a ex-ministra.

Em abril, o general Gonçalves Dias pediu afastamento do cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, no contexto das revelações das imagens da invasão de vândalos golpistas no Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro, e também deixou o primeiro escalão. O general Marcos Antonio Amaro assumiu o posto.

A nova Esplanada

A criação da 38ª pasta coloca o terceiro mandato de Lula como o segundo governo com o maior número de ministérios desde a redemocratização. O recorde foi registrado na gestão de Dilma Rousseff (PT). A ex-presidente teve 39 ministros entre 2013 e 2015.

A mudança também amplia o número de partidos com representantes no primeiro escalão do governo federal. Serão 11 siglas, ante as 9 registradas há oito meses, no início do mandato. Outros 10 ministérios seguirão ocupados por ministros sem filiação partidária.

Na divisão de espaços, o PT permanece à frente de 10 ministérios. MDB, PSB, PSD e União Brasil continuarão com três ministros cada. PP, Republicanos, PDT, PSOL, PCdoB e Rede ficam com um ministro para cada sigla.