POLÍTICA

Lula freia militância por mulher negra e diz que gênero e cor não serão critérios para escolher novo STF

Além de ministro do Supremo, presidente também deve indicar novo PGR nos próximos dias

Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 25/09/2023 às 16:56

Alterado em 25/09/2023 às 17:39

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva Joédson Alves/Agência Brasil

Em meio a cobranças para indicar uma mulher negra para o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta segunda-feira (25), que não deve se pautar pelo critério de gênero ou cor da pele para escolher o sucessor - ou sucessora - da ministra Rosa Weber, que se aposenta em 2 de outubro.

Ao deixar o Palácio do Itamaraty, após reunião de trabalho com o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Mihn Chinh, Lula foi questionado se escolheria uma mulher para a Suprema Corte. Segundo ele, a escolha será em cima de um perfil que "possa atender interesse e expectativa do Brasil, que possa servir o Brasil, tenha respeito com sociedade brasileira, que tenha respeito mas não medo da imprensa".

“Eu vou escolher uma pessoa que possa atender os interesses e as expectativas do Brasil, uma pessoa que possa servir ao Brasil, uma pessoa que tenha respeito com a sociedade brasileira, uma pessoa que tenha respeito mas não medo da imprensa, uma pessoa que vota adequadamente sem precisar ficar votando pela imprensa. Então, vou escolher, já tem várias pessoas na mira. Não precisa perguntar essa questão de gênero e de cor, eu já passei por tudo isso e no momento certo vocês vão saber quem é que eu vou indicar”, disse o presidente.

Lula disse ter "várias pessoas na mira", mas disse estar tranquilo. 

"Vou escolher ministro da Suprema Corte, PGR, pessoas do Cade, gente do Superior Tribunal de Justiça, mas tudo tem seu tempo", tranquilizou. "Tem que conversar com muita gente, sabe que tem muita gente dando conselho e sou muito bom ouvindo conselhos", acrescentou. "No momento que achar que é importante escolher, vou escolher", concluiu.

O pronunciamento do presidente alimenta os rumores de que o atual ministro da Justiça, Flávio Dino, é o preferido do petista para assumir a vaga aberta por Weber. Também estão na briga dois concorrentes que não atendem ao critério de gênero ou cor: o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas.

Além do STF, Lula terá que indicar um nome para a Procuradoria-Geral da República (PGR) no lugar de Augusto Aras, que encerra seu mandato nesta terça-feira (26). Por enquanto, a vice-procuradora Elizeta Ramos assume interinamente o comando do órgão, mas o presidente já deu sinais de que está em dúvida entre dois homens brancos: Antonio Carlos Bigonha e Paulo Gonet.

Para Lula, a sociedade brasileira precisa “voltar à normalidade” em relação à independência entre os poderes.

“O Congresso Nacional faz política, o Poder Executivo executa e o Poder Judiciário julga. Eu quero que isso volte. Eu não quero ficar nessa disputa entre política e judiciário, entre judiciário e executivo, não. Se cada um cumprir sua função no país as coisas vão ficar muito bem”, disse o presidente.

Com Agência Brasil

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