PF vai intimar Michelle Bolsonaro após conversas revelarem que ela 'perdeu' joias apropriadas ilegalmente

Ex-primeira-dama é lembrada por um presente que teria 'sumido'

Por GABRIEL MANSUR

Tem gente que não quer ver Michelle Bolsonaro no MS

A Polícia Federal irá intimar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para prestar depoimento na investigação sobre a venda ilegal de bens dados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em viagens oficiais. O pedido será feito pela PF ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). A informação é da coluna de Paulo Capelli, do Metrópoles.

O nome de Michelle aparece em troca de mensagens reveladas no inquérito que culminou no cumprimento de mandados de busca e apreensão, nesta sexta-feira (11), em Niterói (RJ), São Paulo e Brasília. Michelle é lembrada por um presente que teria “sumido”.

"O que já foi, já foi. Mas se esse aqui (Kit Ouro Rosé) tiver ainda a gente certinho (sic) para não dar problema. Porque já sumiu um que foi com a DONA MICHELLE; então pra não ter problema…”, disse Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, a Mauro Cid, em mensagens interceptadas pela PF no celular do ajudante de ordens.

A ex-primeira-dama também é citada por ter "esquecido" uma caixa com joias durante viagem oficial a Londres. As joias ficaram embaixo da cama usada por Michelle na residência do então embaixador do Brasil em Londres, Fred Arruda. O caso aconteceu em setembro de 2022, na ocasião do velório da rainha Elizabeth II.

A PF também afirma que o irmão de Michelle intermediou a venda de dois dos presentes recebidos por Bolsonaro. Um barco de ouro e diamantes e uma miniatura de árvore, de ouro, foram levados pelo empresário do ramo imobiliário Cristiano Piquet ao pai de Mauro Cid, o general da reserva Mauro Lourena Cid, em Miami.

Na representação, a PF afirmou que as conversas “revelam que, apesar das restrições, possivelmente, outros presentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro podem ter sido desviados e vendidos sem respeitar as restrições legais”.

O inquérito apontou que pelo menos outros cinco itens teriam sido negociados pelos funcionários de Bolsonaro e rendido por volta de R$ 1 milhão. Entre eles, estão dois relógios, duas estátuas douradas - uma de barco e outra de palmeira - e um kit de joias que continha caneta, anel, abotoaduras e um rosário árabe.