ARTIGOS

Poucas coisas

Por TARCISIO PADILHA JUNIOR

Publicado em 10/04/2024 às 17:12

Alterado em 10/04/2024 às 17:12

Respostas culturais começam
em representações mentais
                                                        António Damásio (2018)

"Não é o passado, não é o tempo, são "os homens no tempo"", oportunamente escreveu o filósofo Paul Ricoeur.

Poucas pessoas reagiram mais violentamente e mais radicalmente contra sua própria sociedade do que Nietzsche; entretanto, o pensador foi um produto direto da sociedade alemã.

Os fatos da história não são sobre ações de indivíduos desempenhadas em separado, mas sobre as forças sociais.

O estudo do comportamento de homens e mulheres como indivíduos consiste no estudo aprofundado de motivos, conscientes ou não, de suas ações, inscritas na própria sociedade.

Sabemos hoje em profundidade que só podemos compreender completamente o tempo presente à luz do passado.

Diante de instituições específicas, procuramos, para explicá-las, aquelas pessoas que originalmente tiveram ideia dessas instituições, ou que a puseram primeiramente em prática.

Advertidos de que processos sociais não são ciclos inescapáveis que se repetem mais ou menos automaticamente.

No curso das relações econômicas e políticas, descabem as generalizações de fatos observáveis e comprováveis, afirmando uma suposta direção inelutável em que se moveriam.

Mesmo porque as ações dos indivíduos dão muitas vezes resultados não intencionais nem desejados pelos atores.

Poucas coisas são tão características do atual estado de coisas da sociedade organizada em rede quanto o suposto respeito pelos fatos alardeado pelas lideranças políticas do País.



Engenheiro, é especialista em gestão de pequenos empreendimentos