Países amazônicos criam aliança, mas ignoram petróleo em 'Declaração de Belém'

A exploração de petróleo na Amazônia, que foi o principal ponto de embate da reunião, não teve muito destaque no documento, que fala apenas em "iniciar um diálogo" sobre a sustentabilidade de setores como mineração e hidrocarbonetos na região

Por JB AMBIENTAL

Declaração de Belém é resultado da Cúpula da Amazônia

Os líderes dos países amazônicos aprovaram nesta terça-feira (8) a Declaração de Belém durante a Cúpula da Amazônia, no Pará, na tentativa de garantir uma cooperação para fortalecimento da proteção da floresta e combater o desmatamento.

A exploração de petróleo na Amazônia, que foi o principal ponto de embate da reunião, não teve muito destaque no documento, que fala apenas em "iniciar um diálogo" sobre a sustentabilidade de setores como mineração e hidrocarbonetos na região.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, inclusive, fez duras críticas à exploração de combustíveis fósseis durante seu discurso, ressaltando que a prática gera "um enorme conflito ético, sobretudo para forças progressistas que deveriam estar do lado da ciência".

No entanto, as nações concordaram em criar uma Aliança Amazônica de Combate ao Desmatamento, mas não chegaram a definir metas em comum e não apresenta metas concretas ou prazos para a conservação florestal e o combate ao desmatamento, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Desta forma, devem cumprir os esforços a partir das metas nacionais: no caso do Brasil, o objetivo é atingir o desmatamento zero até 2030.

Segundo o texto, a aliança "visa promover a cooperação regional na luta contra o desmatamento, para evitar que a Amazônia chegue a um ponto sem volta".

Além disso, Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela concordaram em cobrar países desenvolvidos a cumprirem seus compromissos de fornecer e mobilizar recursos, incluindo a meta de arrecadar US$ 100 bilhões por ano em financiamento climático, e a reconhecerem a necessidade de fazer progressos substanciais para os países em desenvolvimento enfrentarem os efeitos provocados pela emissão de CO2 e gases de efeito estufa.

Os países também planejam "adotar medidas urgentes para conciliar atividades econômicas com o objetivo de eliminar a poluição do ar, dos solos e da água, com ênfase nos rios amazônicos, com vistas à proteção da saúde humana e do meio ambiente. (com Ansa)