Banco Master: Daniel Vorcaro, investigado por fraude, vai ao STF e pede que Nunes Marques seja o relator do caso
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Por Raony Salvador - O caso que envolve o banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, passou a tramitar no Supremo Tribunal Federal. A reclamação apresentada pela defesa foi distribuída ao ministro Dias Toffoli, apesar do pedido para que o processo ficasse sob a relatoria de Nunes Marques, responsável por um inquérito citado nos autos.
A subida ao STF ocorre porque, durante as buscas da Operação Compliance Zero, a Polícia Federal encontrou um documento mencionando um deputado federal. Como parlamentares têm foro, os advogados recorreram ao Supremo alegando conexão entre as investigações. A reclamação é o instrumento usado para pedir que decisões da Corte sejam observadas por instâncias inferiores, argumento central da petição. Mesmo assim, o sorteio indicou Toffoli como relator.
A movimentação ocorreu nesta sexta-feira (28), mesmo dia em que a desembargadora Solange Salgado, do TRF-1, revogou a prisão de Vorcaro e dos demais alvos da operação. O banqueiro estava detido no CDP 2 de Guarulhos desde o início da semana, após ser transferido da custódia da Polícia Federal.
Vorcaro havia recorrido ao Superior Tribunal de Justiça para tentar sua soltura. No dia 17 de novembro, a PF havia prendido o empresário no Aeroporto Internacional de São Paulo, alegando risco de fuga. Para os investigadores, ele pretendia viajar para Malta depois de anunciar a venda do Master a um consórcio internacional. A defesa, no entanto, sustenta que a viagem seria para Dubai e que o Banco Central foi informado previamente.
O empresário é investigado por suposta fraude de R$ 12 bilhões em operações envolvendo carteiras de crédito repassadas ao Banco de Brasília. O BRB chegou a anunciar a compra do Master em março, mas o negócio foi barrado pelo Banco Central, que decretou a liquidação da instituição na semana anterior à prisão.