JUSTIÇA

X diz à Justiça brasileira que 'falhas operacionais' permitiram que usuários bloqueados permanecessem ativos

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Por JORNAL DO BRASIL com Reuters
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Publicado em 26/04/2024 às 18:54

Alterado em 26/04/2024 às 18:54

Elon Musk Foto: Reuters/Lukasz Glowala

Advogados que representam a rede social X no Brasil disseram ao Supremo Tribunal Federal, nesta sexta-feira (26), que "falhas operacionais" permitiram que usuários que receberam ordens de bloqueio permanecessem ativos na plataforma de mídia social.

Na semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes pediu que a gigante das redes sociais explicasse por que supostamente não cumpriu integralmente decisões anteriores que ordenavam que a empresa, de propriedade do bilionário Elon Musk, bloqueasse certas contas.

Em um documento legal de 20 páginas, os advogados da X disseram que os donos das contas tentaram contornar as restrições impostas pela Justiça para continuar usando a plataforma fazendo novas contas. Ele acrescentou que a X não reativou nenhum desses usuários.

Um relatório da Polícia Federal mostra que contas na X, que os tribunais superiores haviam ordenado o bloqueio, ainda estavam ativas na plataforma no início de abril, podendo ganhar novos seguidores e transmitir vídeos ao vivo.

A X disse nesta sexta-feira que o relatório policial rastreou seis contas de um total de mais de 200 contas que os tribunais superiores brasileiros ordenaram o bloqueio desde 2022.

A empresa acrescentou que esses usuários eram de propriedade de pessoas que têm um histórico "de tentar incessantemente quebrar as medidas de segurança impostas", dizendo que se aproveitaram de "falhas operacionais" e "vulnerabilidades sistêmicas" dentro da plataforma para continuar usando-a.

Uma das estratégias usadas por esses usuários foi colocar em seus perfis links biológicos para sites externos onde transmitem vídeos, de acordo com X.

A X disse que uma falha operacional tornou possível ver a bio do perfil dos usuários na X ao fazer login pelo aplicativo, embora as contas parecessem bloqueadas quando acessadas pelo site.

A empresa também classificou esses casos como "incomuns" e disse que corrigiu os problemas assim que os detectou.

Moraes, cujas decisões sobre a X e são chamada por Musk de "inconstitucionais", abriu no início deste mês um inquérito sobre o bilionário depois que ele disse que reativaria contas no X que o juiz havia bloqueado.

Moraes investiga as chamadas "milícias digitais", acusadas de espalhar fake news e mensagens de ódio, além de práticas ilícitas nas redes sociais, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, e também lidera uma investigação sobre uma suposta tentativa de golpe por parte de Bolsonaro.