Ana Tereza Basílio cotada para receber o 'prêmio' de persona non grata do Rio em 2025
Trata-se da presidente da OAB RJ. Veja por quê
Afora o isolamento interno na própria Ordem, com o ódio de centenas de ex-funcionários demitidos, além de diletos assessores pedindo rescisão contratual pelo choque com a forma ferrenha de administração empreendida na casa dos advogados com a chegada, agora chega a notícia de que, por ordem da doutora Basílio, a OAB RJ está processando advogados que se posicionam em defesa dos servidores desligados.
Pela primeira vez na história da instituição, a OAB RJ processa advogado por apoiar o manifesto escrito pelo movimento dos trabalhadores demitidos arbitrariamente. A manifestação a favor dos trabalhadores se deu através de vídeos postados no Instagram.
Trata-se de censura que retirou do ar vídeos inteiros que continham apenas críticas à política administrativa da atual gestão. Como foi noticiado pelo JORNAL DO BRASIL, a situação de ilegalidade das demissões vem sendo reconhecida em várias decisões judiciais de processos individuais de ex-funcionários contra a OABRJ.
A instituição pediu ao judiciário que o advogado retirasse vídeos “ofensivos” à OAB RJ, o que representa sério ataque ao direito à liberdade de expressão, garantia constitucional pilar da democracia brasileira.
A presidente da Ordem, que é partidária do bolsonarismo, pleiteia a condenação do colega em 10 mil reais.
Agora, leia essa história esdrúxula contada pelo coleguinha Ancelmo Góis, de 'O Globo'
'Jornalista é intimado a comparecer à 5ª DP para explicar o que fazia na sede da OAB-RJ'
"Veja esta história, sem pé nem cabeça, que está ocorrendo com o jornalista Luis Erlanger, 70 anos, que já chefiou algumas redações como O Globo e a TV Globo.
Em abril passado, o coleguinha esteve na sede da OAB-RJ para fazer um video mostrando a mesa da secretária Lyda Monteiro da Silva Lyda, morta num atentado em agosto de 1980, praticado por um grupo de extrema direita durante a ditadura militar.
Erlanger, que foi um dos primeiros repórteres a chegar à OAB no dia do atentado, queria fazer, hoje, um registro para o seu canal no YouTube.
O móvel não estava mais na entrada, onde ficava. Ele identificou-se na recepção, ninguém soube informar o paradeiro. Na verdade, a mesa encontra-se em exposição na OAB nacional, em Brasília.
Pois bem. Praticamente meio ano depois, o jornalista acaba de ser intimado a comparecer à 5ª DP para responder num inquérito policial sobre o que fazia por lá. Parece surreal. E é."
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Resposta da OAB
A assessoria de imprensa da OAB RJ enviou resposta ao Informe:
Diz que "como entidade representativa da advocacia, recorrerá ao Poder Judiciário sempre que a entidade for injustamente ofendida ou alvo de informações que não condizem com a verdade, em busca da devida reparação. Sobre o caso mencionado, a Justiça determinou que o Facebook, o Instagram e o advogado retirem, no prazo de 3 dias, as postagens ofensivas à OAB-RJ até a decisão final".
A gente aqui no Informe não entende como uma entidade de classe, pessoa jurídica, decide que se sentiu "ofendida", mas...
Segue a OAB:
"Sobre a reforma administrativa, da qual faz parte a reestruturação do corpo funcional da entidade, a OAB-RJ reafirma que se trata de medida absolutamente necessária para recuperação de sua saúde financeira."
"A OAB-RJ reitera que representa uma gestão absolutamente apartidária, democrática e com foco na defesa da advocacia, do Estado Democrático de Direito e do Devido Processo Legal. E seu foco principal é a advocacia."
Conclusão aqui da turma do Informe: a digníssima advogada Ana Tereza Basílio se julga a própria OAB. As críticas feitas são a ela, ao seu modo de administrar, e a causídica responde como pessoa jurídica, usando a Ordem e seu aparato para resolver seus "B.Os pessoais".
Vida que segue.
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Resposta da OAB II
A presidente da OAB RJ não gostou da resposta publicada. Pediu para que o Informe publicasse "a íntegra" do texto enviado por sua assessoria, mesmo que trechos nele inseridos nada tenham a ver com a notícia original publicada.
A turma do Informe deliberou e resolveu fazer a vontade da doutora.
Seguem os trechos não publicados acima:
"Sobre a reforma administrativa, da qual faz parte a reestruturação do corpo funcional da entidade, a OAB-RJ reafirma que se trata de medida absolutamente necessária para recuperação de sua saúde financeira, e que foi realizada dentro da legalidade. Alguns funcionários chegavam a receber mais de R$ 50.000,00. As reintegrações a que o JB se refere representam menos de 5% do total de colaboradores desligados.
A diminuição dos custos já representa uma economia superior a R$ 40 milhões por ano, permitindo, por exemplo, uma redução na anuidade de 17,5% e um acordo de recuperação extrajudicial da Caarj, que apresentava um passivo de R$ 134 milhões."