
Não bastasse bloquear o fornecimento à água potável, comida, eletricidade e combústivel, agora Israel impõe um blecaute de comunicação na Faixa de Gaza, isolando o território palestino do mundo.
A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino informou que perdeu o contato com sua central de operações em Gaza e com suas equipes de campo: "Estamos muito preocupados com a possibilidade de nossas equipes continuarem a prestar os seus serviços de ambulância, sobretudo porque esta interrupção afeta a central de comunicações 101 e impede a chegada aos feridos", afirmou.
O correspondente da emissora árabe Al Jazeera em Gaza, Safwat Kahlout, relatou que o dia de hoje (27) teve a maior intensidade de fogo israelense. Pudemos ouvir ataques aéreos intensos, projéteis de artilharia e explosões vindas do mar, especialmente no norte de Gaza.”
A empresa de telecomunicações palestina Jawwal também informou nesta sexta-feira à noite que os serviços de telefonia móvel e internet foram interrompidos. Tareq Abu Azzoum, também da Al Jazeera, confirmou a interrupção dos serviços, destacando o isolamento total da região e o crescente medo entre os residentes.
A Embaixada do Brasil na Palestina já foi informada pela Jawal, nesta sexta-feira (27), de que toda a Faixa de Gaza, de Norte a Sul, está sem internet, devido à intensificação dos bombardeios de Israel. A guerra já dura três semanas e deixou mais de oito mil mortos.
"A nossos respeitáveis cidadãos em nossa amada terra, lamentamos anunciar a completa interrupção de todos os serviços de comunicação e internet na Faixa de Gaza, devido à agressão em curso", diz o comunicado enviado à representação brasileira no país. "Os bombardeios intensos nas últimas horas destruíram as últimas rotas internacionais que ligavam Gaza ao mundo exterior", completou.
A ONG NetBlocks, que monitora casos de censura na internet, também afirmou que um “colapso na conectividade” foi registrado na região.
Daniel Hagari, porta-voz militar israelense, confirmou o aumento dos ataques aéreos e mencionou que as forças terrestres estavam ampliando suas ações em Gaza. Aconselhou-se aos cidadãos de Gaza a se deslocarem para o sul do enclave devido ao aumento dos ataques. Para os palestinos, trata-se de um prenúncio de invasão terrestre.
A ONU também expressou grande preocupação com a situação, alertando para o risco de mais mortes não só devido aos ataques, mas também em consequência do bloqueio. Philippe Lazzarini, da Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA), declarou:
“As pessoas em Gaza estão morrendo; não apenas por bombas e ataques. Muitos poderão morrer devido às consequências do cerco a Gaza. Serviços básicos estão falhando, medicamentos estão escassos, alimentos e água estão se esgotando, e as ruas estão inundadas de esgoto.”
Hoje foi um dos piores ataques!???????? ????
— Esther ?????? ?? (@TheodorCarvalho) October 27, 2023
Sem eletricidade, sem comida, sem água, sem remédios. As comunicações e a Internet foram completamente cortadas em Gaza! Os residentes de Gaza estão a ser sujeitos a um genocídio enquanto o mundo permanece em silêncio ao terrorismo de Israel! pic.twitter.com/tmNY9zKUqM