Estudantes da PUC-SP colocam MBL para correr após descobrirem farsa sobre 'entrevista'

Amanda Vettorazzo e Arthur Scarance mentiram ao se apresentarem como membros da TV PUC

Por GABRIEL MANSUR

Estudantes da PUC expulsam MBL do campus

"Recua, fascista, recua!". Foi sob esse grito de guerra que dezenas de estudantes da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), do campus Perdizes, na Zona Oeste da capital, expulsaram três integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) do campus da universidade nesta quinta-feira (3).

Tudo começou quando o trio mentiu ao se apresentar como jornalista da TV PUC, veículo de imprensa oficial da instituição, para gravar alunos sem autorização. Numa espécie de entrevista, os membros do MBL insistiram em assuntos como legalização das drogas, porte de armas e legalização do aborto, o que causou estranheza. Quando descobriram a farsa, os discentes retiraram os 'repórteres' da universidade.

Os liberais foram identificados como Amanda Vettorazzo, coordenadora nacional do MBL, e Arthur Scarance, coordenador do MBL de Osasco. A dupla estava acompanhada de um cinegrafista.

"Estávamos no refeitório da faculdade quando nos avisaram que os dois, Amanda e Arthur, estavam fingindo ser da TV PUC para fazer vídeos ridicularizando alunos. Isso é crime de falsidade ideológica, está no artigo 307 do Código Penal", disse Carlos Rodrigues, estudante de direito e presidente do Centro Acadêmico 22 de Agosto.

Outros integrantes do centro acadêmico, do Movimento por uma Universidade Popular MUP e da União da Juventude Comunista (UJC), que também estavam no local, puxaram os protestos. Em um vídeo gravado por estudantes, é possível ver parte da discussão. Em dado momento, houve troca de empurrões.

O aluno de direito Lucas Caliman, um dos estudantes abordados no questionário, foi perguntado sobre a votação da descriminalização das drogas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Após responderem, eles questionaram onde seria veiculado o material. Arthur teria afirmado que os três eram da TV PUC.

"Nós perguntamos de qual veículo de imprensa eles eram e o homem de terno, identificado depois como Arthur, disse que os três eram da TV PUC" afirmou o estudante de direito.

Em nota conjunta, o Movimento Estudantil da PUC-SP reforçou o relato de que os membros do MBL gravaram os estudantes "fazendo perguntas capciosas como 'o que você acha do aborto?' ou 'o que você acha da liberação da maconha?' e reagindo de forma vexatória, envergonhando os jovens".

"Que fique o recado que fascistas não entrarão em nossa universidade e as lideranças estudantis estarão sempre ativas e alertas para garantir os direitos e a proteção dos estudantes. Não se cala a consciência de um povo!", diz nota divulgada pelo Centro Acadêmico 22 de Agosto, informando ainda que tomará "medidas judiciais cabíveis pela exposição indevida" dos estudantes.

Nas redes sociais, Arthur escreveu que "fomos agredidos por um grupo de comunistas violentos". Testemunhas contestam a versão a afirmam que foi Arthur quem "partiu para cima de um aluno antes de qualquer via de fato". Amanda também se pronunciou dizendo que foi agredida e que está bem. Nas imagens divulgadas nas redes dela, não é possível ver tal agressão.