Mais de mil estudantes vão ao Banco Central protestar contra Campos Neto e pela queda dos juros

UNE tem sido uma das entidades com atuação nacional mais crítica à política de juros do BC

Por JORNAL DO BRASIL

Participantes do 59º Congresso da UNE

Mais de mil estudantes se concentraram em frente ao prédio do Banco Central (BC), em Brasília, nesta sexta-feira (14), para protestar contra a insistência do presidente da estatal, Roberto Campos de Neto, de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75%. Os jovens, participantes do 59ª Congresso Nacional da União Nacional dos Estudantes (UNE), inspiram-se nas recentes manifestações públicas do presidente Lula (PT) contra Campos Neto.

No dia 21 de junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano, sob a justificativa de que “é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”.

A taxa está nesse nível desde agosto de 2022. Também é a mais alta dos últimos seis anos e meio. A UNE tem sido uma das entidades com atuação nacional mais crítica à política de juros do BC e tem participado de forma recorrente de atos pela queda na taxa. Os juros causam impacto no valor das mensalidades e em programas como Prouni e o Fies, que concedem bolsa e financiamento para acesso ao ensino superior.

Lula já havia criticado o presidente do BC nesta quinta-feira, durante entrevista concedida à TV Record. Na avaliação do titular do Planalto, além de cumprir a meta de inflação, o BC também teria a função de "gerar empregos e fazer a economia crescer":

"Queremos mais crédito. Não tem um setor da Faria Lima, do varejo, do setor industrial, do turismo e da sociedade que concorde com essa taxa de juros. Este cidadão está a serviço de quem?", questionou o petista.