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Mais de 30 mortos, aeroporto fechado: Lula determina foco 24 horas por dia no socorro aos gaúchos

Governo Federal cria postos de comando em Santa Maria e em Brasília para agilizar ações emergenciais e resgates

Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 04/05/2024 às 07:43

Alterado em 04/05/2024 às 08:13

Presidente Lula e comitiva de ministros se reúnem com equipes do governo do Rio Grande do Sul para definir prioridades no socorro às vítimas das chuvas Foto: Ricardo Stuckert / PR

Como prioridade máxima, o resgate às vítimas e o trabalho para evitar que mais pessoas percam a vida diante das fortes chuvas no Rio Grande do Sul. No campo das ações, intensa mobilização de ministérios, Forças Armadas, Defesa Civil num trabalho articulado com governo do estado e prefeituras. No campo humano, a mensagem de apoio e o compromisso de que as famílias não estão sozinhas. Na área ambiental, o alerta de que o Brasil necessita, cada vez mais, estar preparado para lidar com mudanças climáticas e eventos extremos.

“Não faltará ajuda do Governo Federal para cuidar da saúde. Não vai faltar dinheiro para cuidar da questão do transporte e não vai faltar dinheiro para os alimentos. Tudo o que estiver no alcance do Governo Federal, seja através dos ministros, em parceria com a sociedade civil ou através dos nossos militares, vamos nos dedicar 24 horas por dia para que a gente possa atender as necessidades básicas do povo que está isolado”, assegurou Lula, que se solidarizou com as famílias de mortos e desaparecidos.

“Estamos nos comprometendo, em solidariedade ao povo do Rio Grande do Sul, para que a gente possa minimizar o sofrimento que esse evento extremo está causando. Solidariedade aos familiares das pessoas que foram vítimas e que morreram e aos familiares que estão desaparecidos, na esperança de que possam aparecer e que todos estejam ainda com vida”.

POSTO DE COMANDO - Lula determinou que um posto de comando seja montado em Santa Maria para que as informações possam chegar de modo mais eficiente a Brasília. “Nós vamos ter um comando aqui (em Santa Maria). A gente vai tomar conta disso com carinho, com respeito, para que as coisas possam acontecer”, declarou Lula.

Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, além do posto de comando em Santa Maria, uma sala de comando e controle será montada em Brasília para que as partes possam trabalhar de forma ágil. “É importante que a imprensa tenha claro, que a sociedade tenha claro, que a prioridade absoluta é salvar vidas. E isso significa resgatar pessoas do isolamento, acolher em abrigos, em lugares seguros, garantir a chegada de suprimentos, alimentos, medicamentos em hospitais, postos de saúde, energia, comunicação, combustível para que as coisas continuem funcionando. Hoje ainda, ao chegar em Brasília, já vamos instalar a sala de situação que coordenará as ações de todos os ministérios”, disse Rui Costa.

Desde o início da crise, o Governo Federal já se mobilizou, via Defesa Civil Nacional e Ministério da Defesa, no socorro emergencial. O apoio operacional das Forças Armadas tem auxiliado ações de busca e resgate e a desobstrução de estradas, além de distribuição de alimentos, colchões, água e a montagem de postos de triagem e abrigos.

SEM PRECEDENTES – Para o governador Eduardo Leite, devido aos efeitos no Rio Grande do Sul, já é possível classificar a tragédia como um episódio sem precedentes. “Já é e será o pior desastre climático do nosso estado. O foco absoluto é no resgate das pessoas e em salvar vidas. Estamos perfeitamente alinhados nisso, presidente Lula”, afirmou o governador.

O governador elogiou o apoio do Governo Federal e ressaltou a importância da presença do presidente. “Queria agradecer ao presidente Lula por sua vinda. A sua presença localmente, o olho no olho, sentarmos na mesma mesa, olharmos todos os dados e trabalharmos sobre eles, é insubstituível. Uma boa reunião substitui mil telefonemas e milhares de ofícios”, agradeceu.

Lula desembarcou em Santa Maria acompanhado de uma comitiva que contou com a participação dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Renan Filho (Transportes), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Jader Filho (Cidades), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação) e Marina Silva (Meio Ambiente), além do comandante do Exército, general Tomás Paiva, do chefe do gabinete do Comandante da Aeronáutica, Major-Brigadeiro do Ar Antonio Luiz Godoy Soares, e da primeira-dama, Janja, entre outros.

HOSPITAL DE CAMPANHA – Segundo números de quinta-feira, o efetivo das Forças Armadas foi ampliado de 335 para 626 militares. A pasta já forneceu 45 viaturas e 12 embarcações e botes de resgate enviados pela Marinha e Exército, além de oito aeronaves, que já estão em ação. Para auxiliar no socorro às vítimas das enchentes, as Forças Armadas montarão, ainda nesta quinta, um hospital de campanha no município de Lajeado. A estrutura contará com local para triagem e recepção, dois consultórios, uma emergência, quatro enfermarias, com 40 leitos, e alojamentos para aqueles que necessitarem de apoio de hospital.

SUPORTE AÉREO – Segundo o comandante do Exército, general Tomás Paiva, o suporte aéreo ao estado deve ser ampliado. “Em termos de meios aéreos, estamos, até domingo, com oito aeronaves das Forças Armadas atuando aqui, Marinha, Exército e Aeronáutica, podendo aumentar esse número para 16. É um esforço aéreo, vindo aeronaves do interior de São Paulo, de Campo Grande, se houver necessidade a gente expande, inclusive para aeronaves que estão em operação na região Amazônica”. (com Ascom da Presidência)