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O indispensável olho do dono

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Certas atividades da vida humana não podem prescindir da supervisão do responsável. Dai, nasceu a expressão popular de que: “o olho do dono engorda a cria”, com referência à atividade rural. Mas, estamos aqui para tratar de trânsito urbano e, nele, é indispensável a supervisão, in loco, do responsável pela  operação da mobilidade urbana. Esta é exclusiva da vivência do comando militar, cultivado também na Polícia Militar.

Para comprovar o que aqui afirmo, houve no Rio, três diretores de trânsito que marcaram época, a saber: Menezes Cortes (Exército), Américo Fontenelle (Aeronáutica) e Celso Franco (Marinha) .Todos tiveram, em comum, a paixão pela causa e o desempenho,in loco, nas ruas.

Todos os três dignos da conceituação de Henry Barnes, o legendário Diretor de Trânsito (Commissioner) da cidade de Nova Yorque, por profícuos oito anos, quando disse: “É impossível ser um bom operador de trânsito e  praticar o bom mocismo”

Todos seguiram a linha dura de dar aos indisciplinados, de preferência pegos em flagrante por eles, o rigor da lei, para todos.

As dificuldades de mobilidade, segundo os técnicos lá de fora, se deve a três deficiências: Má engenharia, má operação e má condução do motorista.

No nosso caso, até que a engenharia não é tão má, é sim pretensiosa em não aceitar os conselhos de quem, só deseja cooperar, para o sucesso deles, trazendo a sua vivência e mais erudição no assunto.

Volto a insistir, já tivessem adotado o sistema de Utilização Racionada das Vias, o URV e, já não teríamos problemas de mobilidade nas horas de pico matutino, pelo menos.

Continuam me preocupando, não por não verem a solução mas, por não verem o problema.

Quanto ao comportamento dos motoristas, são vítimas da sua total ignorância do Código de Trânsito e da formação viciada no seu aprendizado.

Agora mesmo, estamos assistindo à resistência na grande melhoria da adoção dos simuladores, para melhorar um curso que não tem currículo. E, pau que nasce torto...

Deixei para o final a maior deficiência, a operação do sistema viário.

O primeiro erro foi retirar os profissionais da Polícia Militar e colocar os amadores da Guarda Municipal, para fazer o policiamento e a operação. Na ocasião do fato escrevi, aqui no JB, referindo-me á tentativa que fizeram, no meu tempo, de substituir o policiamento, colocando uma Guarda Civil,como agora o fizeram,uma   matéria com o título: “Este filme eu já vi e, não gostei”.

Na época abortamos a tentativa, eu, então o Diretor de Trânsito e o apoio incondicional do general Osvaldo Ferraro de Carvalho, Comandante Geral da PM.

E, o erro maior, entregar o comando da operação, não a um policial, oficial superior da PM, mas a um engenheiro, que não é preparado para tal, por sua formação acadêmica, que não possui no currículo esta matéria, nem tem as condições indispensáveis de liderança, perante o policiamento, para esta função.

Não sei quem é o atual responsável, não o conheço, nem lhe sei o nome, nem eu, nem nenhum carioca, tal a sua postura, sentado em seu gabinete. É este o principal motivo do abuso dos maus motoristas, do estacionamento debochado, da carga e descarga fora de hora, do recolhimento do lixo em horas impróprias, da fila tripla de ônibus e, o alto índice de acidentes que, de acidentais não têm nada.

A super visão, que adotei por helicóptero, fazia o policiamento atuar, se me permitem, de maneira impecável. A ronda permanente de motociclistas, nos eixos principais punha ordem nos ônibus, hoje fazendo o que querem, na certeza da impunidade.

Para piorar a desinformação dos motoristas, nas inúmeras alterações de tráfego, não de  trânsito como erradamente , as chamam, falham na divulgação intensa, anterior á ação e, durante ela não utilizam os megafones eletrônicos portáteis, de farto uso, no nosso tempo, para orientar o desorientado motorista..

Dentro de minha maneira de comentar o errado, no intuito de cooperar, embora atinja a vaidade, de que, não sei, sempre sugiro uma solução, ai vai ela, como fecho final deste desabafo,  de um pagador de IPVA:

Na impossibilidade de fazer retornar a PM, coloquem como operador do tráfego, no sentido de melhorar a nossa imobilidade urbana, um oficial superior, daquela corporação, com curso de trânsito que, iria acumular com o comando da Guarda Municipal que seria, concomitantemente, por ele adestrada.

Até lá, se nada mudar, ao menos, livrem-se da qualificação do provérbio latino:

“Satis eloquentiae , parum sapien”( muito falatório e pouca sabedoria)