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Cabral anuncia criação de Gabinete de Reconstrução da Região Serrana

Dilma fala em sistema de alerta para evitar desastres

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RIO - O governador Sérgio Cabral anunciou nesta segunda-feira (17), durante visita aos municípios de Sumidouro, Bom Jardim e São José do Vale do Rio Preto, a criação do Gabinete Executivo de Reconstrução da Região Serrana. O prefeito de Bom Jardim, Affonso Monnerat, assumirá a coordenação, que ficará subordinada ao vice-governador Luiz Fernando Pezão, deslocado para Nova Friburgo desde o início das ações, por orientação do governador. A função do Gabinete é monitorar todas as cidades castigadas pelas fortes chuvas que atingiram a região na última semana.

- Affonso Monnerat, que também é presidente da Associação dos Prefeitos do Estado do Rio de Janeiro, deixará a Prefeitura nos próximos dias. Isso é muito importante porque temos que ter aqui um foco permanente na região. São José do Vale do Rio Preto, Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Bom Jardim, Sumidouro e Areal: são sete cidades muito machucadas. Temos todo um cronograma. Primeiro é dar dignidade aos vivos, cuidar das pessoas, e também resgatar com dignidade os mortos, além de recuperar as cidades – afirmou o governador.

Mais máquinas em Sumidouro

Sumidouro, o primeiro município visitado pelo governador nesta segunda-feira, receberá mais máquinas e equipamentos para desobstruir as estradas e facilitar o trabalho de resgate de vítimas e a chegada de carros-pipa, botijões de gás, mantimentos e água potável. Na cidade, 19 pessoas morreram em decorrência das enchentes.

Ponte emergencial será instalada em Bom Jardim

Em seguida, Cabral sobrevoou e pousou em Bom Jardim, onde informou que, em questão de dias, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ) instalará uma ponte de emergência em um dos acessos à cidade que foi destruído pelas chuvas. Além da RJ-116, a ponte danificada será recuperada depois da implantação do acesso provisório.

São José: 70 imóveis para desabrigados

Em São José do Vale do Rio Preto, serão construídos 70 imóveis para famílias desabrigadas. Em Nova Friburgo, uma área foi desapropriada pela Prefeitura para a instalação de três mil moradias. As prioridades em São José são recuperar pontes e ruas. A energia elétrica e os sinais de telefonia móvel e fixa estão sendo restabelecidos.

TCU e TCE acompanham aplicação de recursos

O governador Sérgio Cabral disse que a decretação de estado de calamidade pública nas sete cidades atingidas pelas chuvas na Região Serrana vai acelerar a contratação de serviços, aquisição de materiais e execução de obras. Ele informou ainda que os tribunais de Contas da União (TCU) e do Estado do Rio de Janeiro (TCE) estão já acompanhando todo o processo de aplicação dos recursos nas obras de resgate e de reconstrução dos municípios.

- O decreto de calamidade nos permite ter maior agilidade. Isso não significa tratar o dinheiro público com desrespeito. Pelo contrário. Os presidentes do TCU e do TCE estão acompanhando o processo. É muito importante ter celeridade para que essas cidades possam, dia após dia, recuperar a sua autoestima, a sua vida, o seu cotidiano com dignidade – disse Cabral.

Sistema nacional de prevenção de desastres

Para evitar novas tragédias o governo federal anunciou o lançamento do Sistema Nacional de Prevenção e Alerta de Desastres Naturais. O anúncio foi feito após reunião entre a presidente Dilma Rousseff e os ministros da Defesa, Nelson Jobim, de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Integração Nacional, Fernando Bezerra.

A expectativa do governo federal é de que o sistema esteja em pleno funcionamento dentro de quatro anos. "Mas já esperamos respostas para o próximo verão. Vamos implantar pelo menos nas áreas mais críticas", afirmou o ministro de Ciência e Tecnologia.

Segundo Mercadante, o sistema de alerta vai prevenir os desastres naturais mais comuns no Brasil, que são deslizamentos de terra, inundações, ressacas, secas e vendavais. Um novo supercomputador foi adquirido, com capacidade para escanear o território nacional a cada 5 km², quando antes esse mapeamento era feito a cada 20 km². "Isso vai esquadrinhar o Brasil em regiões menores e nos dará uma previsão mais precisa", disse Mercadante. O sistema terá uma sede nacional e outras cinco distribuídas entre as regiões brasileiras.

"Para aprimorar a capacidade de previsão do tempo, vamos implantar novos radares meteorológicos e integrar todos os disponíveis, inclusive os da Aeronáutica, num só sistema. A previsão por satélite dá uma estimativa boa para três dias antes, quanto mais próximo, mais seguro. Mas os radares captam a chuva que está efetivamente ocorrendo, o que nos avisa sobre o encharcamento do solo", afirmou o ministro de Ciência e Tecnologia.

Além dos radares, 700 pluviômetros (equipamentos que captam o volume de chuva) serão adquiridos pelo governo federal - o que ainda depende do Ministério do Planejamento para determinar o ritmo de compra dos equipamentos. A intenção é fazer o levantamento das condições de solo e geografia do País. "Estimamos em aproximadamente 500 áreas de risco no País, com cerca de 5 milhões de pessoas morando nessas áreas, e temos outras 300 regiões sujeitas a inundações", disse Mercadante. O sistema será coordenado pelo ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) Carlos Nobre, que ficou à frente do órgão por 12 anos.

O ministro da Integração Nacional afirmou que Dilma determinou o retorno de alguns titulares para acompanhar a situação no Rio de Janeiro. "Voltaremos eu (Fernando Bezerra), o ministro da Justiça e o ministro da Defesa já amanhã. Vamos visitar as cidades atingidas para que possamos reforçar nossas ações e iniciar o monitoramento mais próximo das áreas ainda sujeitas a riscos, para evitar a perda de novas vidas", declarou.

Com Portal Terra