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Professores municipais do Rio param e exigem segurança

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O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RH) convocou as escolas municipais do Rio de Janeiro para uma paralisação extraordinária de 24h para esta sexta-feira, em protesto contra a falta de segurança nas unidades de ensino. Haverá um ato público às 10h na Cinelândia.

De acordo com Danilo Serafim, coordenador-geral do Sepe, a entidade já esteve algumas vezes no Ministério Público Estadual e na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro para denunciar casos envolvendo violência dentro e nos arredores das escolas. Segundo ele, as escolas sofrem um desmonte com relação a pessoal.

"Há carência de porteiro, zelador, vigia, inspetor. Muitos deles são terceirizados, não estão enraizados com a comunidade. Neste momento de comoção, governador, prefeito, aparecem na televisão anunciando medidas. Depois que baixa a poeira, nada é feito", afirma.

Segundo ele, colocar polícia na porta da escola não resolve o problema. Em sua opinião, é necessário pessoal treinado e medidas estruturais, como a colocação de câmeras de vigilância e um meio de identificar quem entra nos estabelecimentos de ensino.

"Hoje passamos por um momento de comoção, mas alertamos a população há muito tempo sobre o que está acontecendo nas escolas. A crise na educação tem a ver com falta de investimento dos governantes no setor. Precisamos condições para que as pessoas possam estar na escola com segurança".

De acordo com Serafim a paralisação desta sexta-feira será apenas um dos atos que acontecerão na capital do Rio de Janeiro. "Não tenho dúvida que nesta sexta-feira o Rio vai parar. Mas não podemos ficar paralisados após uma tragédia como essa", disse.

Atentado

 Um homem matou mais de dez crianças a tiros após invadir uma sala de aula da Escola Municipal Tasso da Silveira, no Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da escola e se suicidou logo após o atentado. Testemunhas relataram que o homem portava mais de uma arma.

Wellington entrou na instituição disfarçado de palestrante, e as razões para o ataque ainda não são conhecidas. O comandante do 14º Batalhão da Polícia Militar, coronel Djalma Beltrame, afirmou que o atirador deixou uma carta de "teor fundamentalista", com frases desconexas e incompreensíveis e menções ao islamismo e a práticas terroristas. Os feridos foram levados para os hospitais estaduais Albert Schweitzer (que recebeu a maior parte das vítimas) e Adão Pereira Nunes, o Hospital Universitário Pedro Ernesto, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia e o Hospital da Polícia Militar.