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Osesp brilha no Municipal

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A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a Osesp, brilhou no domingo, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, às 17 horas, com o local lotado em pleno domingo de sol na cidade. O conjunto é excelente, sempre foi, todos os naipes são de altíssimo nível, os sopros são de excelência, idem a belíssima percussão, cordas excelentes, visualmente é confortante ver as arcadas dos instrumentos de cordas todas unânimes, isto é, para melhor entendimento dos leitores, as arcadas, que são os movimentos dos arcos, têm que ter a mesma direção, ou todos para cima ou todos para baixo. Quando se vê alguns para cima e outros para baixo, aí tem coisa errada. O maestro francês Louis Langrée fez um bem muito grande ao conjunto, neste concerto, onde a cumplicidade foi a razão do sucesso.

A primeira obra do programa foi a Abertura Coriolano op.62 de L.Beethoven, sendo muito bem executada, impecável. Segui-se o Concerto para Clarinete em Lá Maior KV 622 de W.Mozart, uma beleza de obra, que foi lindamente interpretada pelo solista, o clarinetista Ovanir Buosi,  brasileiro, sendo atualmente o 1º clarinete solista da OSESP. O artista é exuberante, dono de uma afinação perfeita. Realizou um segundo movimento com pianíssimos lindíssimos, o que foi também acompanhado pela orquestra, nesta dinâmica tão difícil de ser bem realizada.

Um fato interessante: é muito fácil tocar forte, mas é dificílimo tocar piano, pianíssimo, onde o toque tem que ser altamente controlado e de uma qualidade ímpar. São os chamados pianíssimos de arrepiar, de tão puros e cristalinos. A técnica do artista também é uma credencial altamente positiva, fazendo  de  Buosi um dos expressivos clarinetistas de sua geração. A Sinfonia Fantástica op.14 de Hector Berlioz foi realmente fantástica, com um  altíssimo nível de compreensão do texto além de uma realização e execução de primeiro mundo. 

É sempre uma festa ouvir a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, e melhor ainda quando o conjunto visita o Rio de Janeiro. Da mesma forma aplaudimos o trabalho árduo de seu diretor executivo, Marcelo Lopes, e de seu diretor artístico, Arthur Nestrovski. Sentimos falta de Marin Alsop, a atual regente titular do conjunto, que ainda não a vimos reger. Mas não faltará oportunidade.