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Crítica: National Symphony Orchestra Washington DC 

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O concerto da National Symphony Orchestra Washington DC, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, foi um marco lamentavelmente para poucos ouvidos. Com um final de semana com concertos de três orquestras em dois dias, a maioria do público perdeu, seguramente, um dos grandes concertos da temporada de 2012.

O som do conjunto é maravilhoso, redondo, dourado, resultado de um trabalho de décadas. O pianista e maestro Christoph Eschenbach, diretor artístico e regente da orquestra, é um profissional altamente qualificado, e tem uma química invejável com o conjunto americano. Confesso que sempre ouvi as grandes orquestras do mundo, inclusive porque toquei com algumas delas, mas quando ouvi os primeiros acordes da orquestra na Abertura Carnaval Romano de H.Berlioz, fiquei impressionada com o que eu estava presenciando e, mais ainda, triste por não ter uma plateia lotada para testemunhar e ouvir o concerto da grande orquestra americana.

A afinação dos sopros é perfeita, e tinham músicos mais idosos tocando, sobretudo instrumentos de sopros, ratificando a alta qualidade que um músico mais velho, com toda sua experiência, tem quando trabalha bem.

No caso das cordas, se estivéssemos de olhos fechados, teríamos a impressão de ouvir um grande quarteto de cordas, devido ao altíssimo nível técnico e afinação perfeita. 

O concerto de Lalo, para violoncelo e orquestra,tendo como solista Claudio Bohórquez, foi outro ponto de inspiração e alto nível artístico. O programa finalizou com a Sinfonia nº5 de P.Tchaikovsky, reafirmando o nível tão desejável de perfeição artística que gostaríamos de ter sempre no país.

A orquestra merecia ter tido uma plateia lotada. Certamente perderam os que não foram, mas os poucos que estiveram presentes não vão esquecer o conjunto americano até sua próxima turnê no Brasil.