A Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro chega aos 80 anos de sucesso com 80 músicos e, para comemorar a grande data, sobe ao palco do Theatro no dia 12, às 16h. O regente convidado será o maestro Henrique Morelenbaum, grande amigo da Casa onde ingressou aos 21 anos, por concurso, como primeiro violino sendo, por duas vezes, diretor geral da Casa.
A orquestra foi criada por Decreto em 1931, e quatro meses mais tarde nascia a Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal, que teria seus músicos contratados por concurso. No dia 5 de setembro de 1931, faria seu primeiro concerto sob a batuta do maestro Francisco Braga, tendo como solista o tenor italiano Tito Schipa. Após esse início, a OSTM teve como seu regente titular Henrique Spedini, que ficou no cargo por meio século, 25 anos. Teve como seu sucessor o maestro Mário Tavares que, em 1962, indicou o maestro Henrique Morelenbaum como maestro adjunto. Com a aposentadoria do maestro Tavares, foi nomeado como titular do conjunto o maestro Silvio Barbato.
Nesse mesmo palco, em 1917, Enrico Caruso se apresentou e, em 1923, Richard Strauss regeu a Orquestra Filarmônica de Viena. Arturo Toscanini, o mais emblemático maestro de todos os tempos, regeu em 1940 a Orquestra da NBC. O compositor Igor Stravinsky subiu ao pódio em 1936, e a grande cantora lírica Maria Callas cantou, em 1951, as óperas La Traviata, Norma e Tosca.
O palco do Theatro já tinha bons fluidos e energia altamente positiva desse grandes ícones. Foi palco de grandes concursos e festivais, como o Festival da Guanabara, que lançou os compositores Marlos Nobre, Almeida Prado e Lindenberg Cardoso. Compositores brasileiros tiveram estréias mundiais no palco do Theatro, assim como execuções de suas obras, entre eles, Heitor Villa-Lobos, Francisco Mignone, Oscar Lorenzo Fernandez, José Siqueira, Radamés Gnatalli, Camargo Guarnieri, Guerra Peixe, Edino Krieger, Ricardo Tacuchian, Ronaldo Miranda, Linderbergue Cardoso, Almeida Prado e Marlos Nobre. Entre os maestros que regeram no palco temos Isaac Karabtchevsky, Eleazar de Carvalho, Henrique Morelenbaum, David Machado, Roberto Ricardo Duarte, Fábio Mechetti, Roberto Minczuk, Silvio Viegas, entre outros.
Os solistas foram muitos, grandes orquestras estrangeiras, grandes intérpretes, companhias de ballet. A Orquestra da Casa sempre brilhou em seus concertos, assim como nas temporadas de óperas e ballets, sobretudo com os corpos estáveis da Casa, sendo sempre altamente elogiada pelos regentes estrangeiros contratados para as temporadas oficiais do Theatro. Seu grande marco mais recente foi a apresentação da monumental Missa em Dó Maior de Mozart, na qual a orquestra brilhou sob a regência do talentosíssimo maestro Marcelo Lehninger. A coluna espera e torce para que esse brilho e essa importância no cenário musical brasileiro volte a ser mais constante nas temporadas que virão, sobretudo programando e executando obras importantes dos compositores brasileiros, sem nenhuma exceção. Boas obras não faltam no repertório nacional.
O concerto terá no programa o Episódio Sinfônico, de Francisco Braga, Os Prelúdios, de Liszt, Capricho Italiano, de Tchaikovsky, Caramuru, de Francisco Mignone, e Descobrimento do Brasil, de Heitor Villa-Lobos.
Orquestra Sinfônica e Coro do Theatro Municipal
Regência: Maestro Henrique Morelenbaum
SERVIÇO
Dia 12 de novembro, 16h.
Theatro Municipal do Riode Janeiro
Praça Floriano, s/nº -Centro