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Crítica: maestro Lorin Maazel - uma lenda viva

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O universo de Beethoven é sublime, é superior, é anestesiado dos problemas mortais.O gênio alemão é imortal, sua música já é eternizada pela vida. Os compositores são assim, são imortais, realmente inatingíveis, ficam para a história e fazem a história da música. Isso é definito e deles ninguém tira a eternidade.

Lorin Maazel é realmente uma das maiores batutas da atualidade. A primeira vez que o maestro regeu o nosso Villa-Lobos foi a convite do maestro Marlos Nobre, em um concerto realizado com a World Philharmonic Orchestra no Theatro Municipal em benefício do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. 

Ele gosta muito do Brasil, fala português e foi casado inclusive com uma brasileira.

Maazel sempre foi brilhante, grande conhecedor das Sinfonias de Beethoven, as de Brahms, então, são sua especialidade. O que o artista passou no concerto com a Orquestra Sinfônica Brasileira, dia 20, no Theatro Municipal, foi o fato notório que ele conhece todas as notas das Sinfonias nº8 e 9, executadas no concerto. É emocionante e altamente respeitável ver o célebre Maazel reger de memória nos seus 82 anos. O grande senhor incorpora o imortal Beethoven com uma intimidade tão natural que é nítida a cumplicidade do compositor e do intérprete. A Sinfonia nº8 em fá maior op.93 teve uma leitura impecável de altíssimo bom gosto com um texto muito presente explorando a totalidade do conjunto.

A Sinfonia nº9 em ré menor op.125, mais conhecida como Coral, é sempre muito esperada por ser a única sinfonia do gênio de Bonn que mistura os intrumentos e a voz humana. Na apresentação, o destaque das vozes vai para o barítono Licio Bruno, muito presente e impecável. O conjunto deu seu recado sendo o maestro Lorin Maazel um grande profissional, sem dúvida alguma. Ele se abstém de qualquer tipo de envolvimento com os problemas da terra, ele está acima do bem e do mal. Sua atuação vai deixar saudade, sua maestria é realmente fantástica, magnífica, com uma precisão de gestos arrepiante, é uma verdadeira lenda viva. Agora é impossível ouvir a nona sem lembrar das memoráveis performances do nosso grande maestro Eleazar de Carvalho em São Paulo.

O BRAVO e o respeito da coluna à grande lenda viva, o maestro Lorin Maazel.