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O Papa Francisco e os novos Bispos

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Na comemoração de Nossa Senhora do Rosário, a nossa Arquidiocese agradece ao Senhor pelo Ano Mariano e acolhe o seu novo Bispo Auxiliar: D. Juarez Delorto Secco. Vamos ouvir um pouco da reflexão do Papa para os novos Bispos que tiveram a ocasião de participar do encontro deste ano.

Os novos Bispos costumam ter um encontro na sede da CNBB e outro junto à Sé de Pedro. Neste ano, o Papa Francisco recebeu na Sala Clementina, no Vaticano, no dia 14/09, os novos bispos ordenados nos últimos doze meses. Do Rio de Janeiro estavam nossos bispos auxiliares Dom Joel Portela Amado e Dom Paulo Alves Romão. Participaram do curso de formação para os novos bispos, promovido pela Congregação para os Bispos. Do Brasil, participaram vinte bispos.  O Santo Padre teve a oportunidade de conhecer os novos Bispos e de aprofundar com eles sobre a graça e a responsabilidade que receberam.

O discurso do Papa teve como ponto de partida a questão do discernimento. Estes pontos foram tocados: 1. Discernimento espiritual e pastoral; 2. Discernimento e oração; 3. Discernimento e escuta; 4. Discernimento, humildade e obediência e 5. Crescer no discernimento.

1. Discernimento espiritual: O Papa falou do discernimento espiritual e pastoral e que este deve ser conduzido pela ação do Espírito Santo. “Não muito tempo atrás, a Igreja invocou sobre vocês o “Spiritus Principalis” o “Pneuma hegemonikon”, a força que o Pai doou ao Filho e que Ele transmitiu aos santos apóstolos, ou seja, o Espírito que sustenta e guia”. (Retirado do site: https://br.radiovaticana.va/news/2017/09/14/papa_a_novos_bispos_crescer_no_discernimento_encarnado_e_in/1336783/ Acesso: 19/09/2017).

2. Discernimento e oração: O Santo Padre vai ressaltar a importância da oração: “O discernimento nasce do coração e na mente do bispo através de sua oração, quando coloca em contato as pessoas e as situações confiadas a ele com a Palavra divina proferida pelo Espírito. É nessa intimidade que o Pastor amadurece a liberdade interior que o torna firme em suas escolhas e em seus comportamentos, pessoais e eclesiais. Somente no silêncio da oração é possível aprender a voz de Deus, encontrar os traços de sua linguagem e ter acesso à sua verdade”. (Retirado do site: https://br.radiovaticana.va/news/2017/09/14/papa_a_novos_bispos_crescer_no_discernimento_encarnado_e_in/1336783/ Acesso: 19/09/2017).

3. Discernimento e escuta: O Papa fala da importância dos bispos cultivarem o comportamento da escuta e assim renunciar o seu próprio ponto de vista para assumir a visão e o ponto de vista de Deus. “O Bispo é chamado a viver o próprio discernimento de Pastor como membro do Povo de Deus, numa dinâmica sempre eclesial, a serviço da koinonìa (comunhão). O bispo não é um pai patrão autossuficiente e nem um pastor solitário amedrontado e isolado.” (Retirado do site: https://br.radiovaticana.va/news/2017/09/14/papa_a_novos_bispos_crescer_no_discernimento_encarnado_e_in/1336783/ Acesso: 19/09/2017).

4. Discernimento, humildade e obediência: “Discernir significa, portanto, humildade e obediência. Humildade em relação aos próprios projetos. Obediência em relação ao Evangelho, ao Magistério, às normas da Igreja universal e à situação concreta das pessoas.” (Retirado do site: https://br.radiovaticana.va/news/2017/09/14/papa_a_novos_bispos_crescer_no_discernimento_encarnado_e_in/1336783/ Acesso: 19/09/2017). 

5. Crescer no discernimento: O Papa pediu que os Bispos devem ser esforçar para viver num e crescer num discernimento encarnado e inclusiva, ou seja, a figura do Bispo e de ser acolhedor e de saber dialogar. “O Pastor sabe que Deus é o caminho e confia em sua companhia. Por isso, o discernimento autêntico é um processo sempre aberto e necessário que pode ser completado e enriquecido.” (Retirado do site: https://br.radiovaticana.va/news/2017/09/14/papa_a_novos_bispos_crescer_no_discernimento_encarnado_e_in/1336783/ Acesso: 19/09/2017). 

O Bispo, é o princípio visível de unidade na sua Igreja, é chamado a edificar incessantemente a Igreja particular na comunhão de todos os seus membros e, destes, com a Igreja universal, vigiando a fim de que os diversos dons e ministérios contribuam para a comum edificação dos crentes e com a difusão do Evangelho.

O Bispo diante de si mesmo e dos seus deveres, deve ter presente como centro que delineia a sua identidade e a sua missão o mistério de Cristo e as características que o Senhor Jesus quer para a sua Igreja, “povo reunido na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (LG, 4). É, de fato, à luz do mistério de Cristo, Pastor e Bispo das almas (cf. 1Pd 2,25), que o Bispo compreenderá sempre mais profundamente o mistério da Igreja, na qual a graça da consagração episcopal o colocou como mestre, sacerdote e pastor para guiá-la com a sua mesma autoridade.

Contudo, o Bispo deve ser como o Bom Pastor. Pastor, por excelência, o bispo é aquele que cuida, que cura, que protege. A missão do Bispo hoje passa muito mais pela oração, pelo diálogo, pela partilha, pelo caminhar junto com as suas ovelhas, levando-as aos apriscos do Senhor, tornando-a, como pede Aparecida, discípulas-missionárias. O Bom Pastor, indica ao Bispo a fidelidade cotidiana à própria missão, a plena e serena consagração à Igreja, a alegria de conduzir para o Senhor o Povo de Deus que lhe é confiado e a felicidade em acolher na unidade da comunhão eclesial todos os filhos de Deus dispersos (cf. Mt 15, 24; 10,6).

Neste sábado, celebrando a Senhora do Rosário, em nossa catedral acolheremos mais um pastor para nossa grande cidade! Ele vem com a plenitude do Espírito Santo para servir a este povo que aqui caminha e para quem entregou sua vida. Louvemos ao Senhor por tantos dons e rezemos.

Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ