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Suicídio e Desemprego

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Recente artigo publicado na Folha de São Paulo, intitulado "Estudos identificam forte relação entre suicídios e desemprego" e citando uma história de um empresário que cometeu suicídio no momento de crise financeira e necessidade de demissão em sua empresa, nos chamou a atenção. 

A Academia Nacional de Medicina (ANM) discutiu “Suicídio” recentemente, em torno de apresentação do Acadêmico e Psiquiatra Antonio Egidio Nardi. Foi demonstrado que quem comete suicídio, sempre padece de algum transtorno mental, sendo o mais comum a depressão. Mesmo entre os "kamikazes" ou os "indivíduos-bomba” que se explodem, supostamente por motivos políticos, ideológicos ou religiosos, existe sempre um transtorno mental subjacente. 

Com relação “A Crise Econômica e Desemprego”, podemos afirmar que o desemprego e outros estressores psicossociais podem desencadear doenças mentais em indivíduos predispostos, e podem aumentar o risco de outros transtornos, como uso de drogas e abuso de álcool. O suicídio não é uma resposta isolada a um estressor. Sempre há uma doença mental pré-existente ao fator estressor ou desencadeada por este, como principalmente a depressão. 

Tratando dos fatores de risco, é possível ressaltar a existência de doenças mentais previamente diagnosticadas, tentativas de suicídio anteriores, situações de desemprego ou aposentadoria, isolamento social, perdas recentes, doenças crônicas ou incapacitantes, dentre outras. Também foi constatado que adolescentes e idosos (sobretudo aqueles acometidos por graves problemas de saúde) constituem grupos vulneráveis. Existem ainda fatores considerados de proteção, como filhos, família, religiosidade, habilidades positivas de resolução de problemas e um apoio social positivo.

* Dr. Francisco J. B. Sampaio é Presidente da Academia Nacional de Medicina; Dr. Antonio Egidio Nardi é Psiquiatra e Secretário Geral da Academia Nacional de Medicina