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Aqui, criança é prioridade

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Por que será que que Copenhague é a cidade mais habitável e uma das mais seguras do mundo? Aqui todas as crianças estão na escola e há muito respeito por elas. É a terra dos contos de fadas, onde Hans Christian Andersen dedicou-se a escrever vários contos infantis e educativos famosos, terra da Pequena Sereia, heroína infantil cujo maior valor é a Família. Há uma estátua da Sereinha olhando para o mar significando a esperança de encontrar seus familiares.

O dinamarquês é modesto, apesar de rico, pontual e valoriza acima de tudo a igualdade. Desde 1989 permite e reconhece o casamento igualitário, 99% da população acima de 15 anos e alfabetizada, e embora 78 % seja de membros da Igreja Nacional de origem luterana, respeita todas as religiões. É por essas razões considerado o país mais feliz do mundo.

Mas o que se destaca nessa cultura eslava é o respeito às suas crianças e adolescentes. A indústria de brinquedos pensa na criança como uma pessoa em desenvolvimento importante para a formação do povo. A Lego é daqui e é, sem dúvida uma forma de brincar construindo o caráter da criança. As escolas são projetadas de forma aberta para a comunidade, sem paredes que aprisionamos crianças. A grade curricular é livre e construída pelos educandos e educadores. A arquitetura é ousada e livre, por isso é campeã em design.

Recentemente o caso de um jovem que matou seu professor de música despertou o debate sobre a redução da maioridade penal, que é de 16 anos. Em todo mundo sempre os casos pontuais e excepcionais despertam esse debate. Mas há grandes diferenças entre o que a Dinamarca oferece a seus jovens cidadãos e o que o Brasil não oferece. Basta dizer que todos se respeitam e acima dos 15 anos todos são alfabetizados, enquanto aqui há uma prisão seletiva de negros e pobres e reina o desrespeito aos direitos fundamentais e a baixa escolaridade dos eleitos a pena de exclusão social.

* desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e Membro da Associação Juízes para a Democracia