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Papa comunista, a próxima vítima da Paulista

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Na passeata do 1%- número dos que detêm 90% da riqueza brasileira- o que se mais ouviu na Avenida Paulista, ecoando entre as paredes da monumentais sedes do rentismo nacional, foi o grito “Vai para Cuba”. As vozes do analfabetismo político tonitruaram e reverberaram na mídia amiga.

 Foi tão intenso o grito que chegou à Casa Branca. 

E os Estados Unidos, via Barack Obama, foram diplomaticamente a Cuba. Restabeleceram relações com a Ilha dos irmãos Castro e preparam avanços significativos na área comercial entre os dois países. 

Não era isso o que esperavam os coxinhas da Paulista. Alguns empoleirados em salas vips nos andares mais altos de alguns edifícios. De lá torciam e conspiravam, entre uma flûte de champanhe Cristal e um canapé de  legítimo caviar do Cáspio, pela queda de um governo legitimamente eleito. 

Na próxima passeata certamente chamarão Obama de cripto-comunista. 

Mas este não foi um efeito isolado da histeria da Paulista. 

A algaravia direitista atravessou todo Atlântico e chegou a Paris. 

E o presidente francês chegou a Cuba, numa viagem histórica após 55 anos de polares relações. 

Ora, dirão os coxinhas recheados do mais fino gorgonzola e trufas brancas. Esse François Hollande é outro comunista, um inimigo da Bastilha. 

Pois bem.  Mas agora, a Paulista  deve ter aprendido a conter seu rugido depois de seu apelo “Vai para Cuba”  chegar ao Vaticano. 

Lá, o Papa Francisco recebeu Raul Castro, o presidente cubano e irmão de Fidel. Foi tão claro ao expor suas preocupações com a igualdade, o combate à fome e com a dignidade do homem que Raul se rendeu. Disse ele que diante daquele homem sentia-se compungido à voltar a trilhar os caminhos da Igreja de Francisco. 

E em breve, não se sabe se pela recomendação do 1% da Avenida Paulista, o Papa estará em Cuba. 

Francisco será o próximo comunista a ser moralmente linchado na Paulista. 

Pobres tucanos que conduzem este rebanho  sem fé, sem destino, sem compaixão e sem projeto. Que Francisco perdoe a todos em nome de Deus. 

Pobres coxinhas.