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Os cães ladram

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A vitória da presidenta Dilma Rousseff ainda soa como música fúnebre aos ouvidos da direita. Ao conquistar um pleito pela quarta vez com maioria popular no Brasil, o projeto à Esquerda sepulta mais uma vez a opção neoliberal. Sempre festejada pelas forças conservadoras e reacionárias, desta vez a direita esperneia onde e quando pode. Para evitar o inevitável ostracismo dos derrotados, há quem aposte no palanque diário, como o tucano Aécio Neves, ou no ódio, como todos os seus seguidores. 

O que vem ocorrendo no Brasil é lamentável. Uma polarização ensandecida e fomentada quase que diariamente pelos partidos de oposição e a Grande Mídia interesseira e partidarizada. Ainda há personagens grotescos que disseminam raiva e intolerância aos quatro cantos, pregando o que há de mais baixo no debate de ideias, atacando mulheres parlamentares ou militantes de partidos e movimentos sociais. É o caso de pessoas como o escritor Olavo de Carvalho e movimentos virtuais minoritários, típicos de uma linha de pensamento fascista, repleta de crimes como ameaça de morte e incitação ao ódio, muitas das vezes erroneamente encobertados como liberdade de expressão.  

Pela internet atacam instituições, a democracia, outros cidadãos e a política. Incitam a população de dentro de suas redomas a cometer crimes, a perseguir pessoas que pensam diferente, seja comunista ou não, por exemplo. Ataques virtuais como estes não serão tolerados por nós, parlamentares de esquerda e suas bancadas no Congresso Nacional. A devida resposta aos covardes virá da justiça. 

Ainda que as ruas sejam ocupadas por uma minoria inexpressiva e sem representatividade alguma numa cidade ou outra, o Brasil está longe de aceitar a hipótese de um golpe contra a democracia ou o famigerado pedido de impeachment de Dilma. Estas poucas pessoas marcharão ressoando livremente suas ideias retrógradas, recalcadas na derrota do pleito presidencial, mas não verão nossa nação se curvar novamente a um modelo excludente e perpetuador das desigualdades. 

Primeiro porque a sociedade não aceitará esse golpe. Os 51 milhões de brasileiros que optaram pela continuidade da presidenta rechaçam qualquer possibilidade de intervenção militar. Segundo porque há uma clara diferença entre o Governo Dilma e os investigados pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato. Defendemos a investigação e prisão, mas confundir isto é querer enxergar os fatos nacionais de forma míope. 

Gradualmente, a agressividade dos fascistas será devidamente recompensada com uma lufada de democracia. O Congresso chancelará o projeto que flexibiliza o superávit primário do governo federal e se preparará para renovar-se em 2015. A democracia seguirá firme, consolidando-se cada vez mais. Ainda que gritem e esperneiem “das galerias” ou “das marchas nas ruas”, o Brasil não aceitará o ódio. Muito menos ser representado por uma minoria golpista. 

Felizmente, não passarão!

* Médica e líder do PCdoB na Câmara dos Deputados